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Notícias / Meio Ambiente

Árvores doentes podem aumentar aquecimento global, diz pesquisa

G1

Árvores doentes podem estar gerando metano, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global, segundo cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Eles pesquisaram 60 plantas na floresta de Yale Meyers, na região nordeste do estado de Connecticut, e encontraram concentrações do gás 80 mil vezes maiores do que o normal.

Em condições comuns, a presença do metano é de menos de duas partes por milhão na atmosfera. Nas partes ocas das árvores doentes, os pesquisadores encontraram níveis médios de 15 mil partes por milhão de metano no ar.

A pesquisa foi divulgada na revista "Geophysical Research Letters" ("Cartas de Pesquisa Geofísica", na tradução do inglês). A concentração do metano nas árvores doentes chega a ser inflamável, segundo o coordenador do estudo, Kristofer Covey, da Universidade de Yale.

O pesquisador aponta que as condições encontradas nas árvores são normais em vários locais de floresta no mundo, o que indica que os cientistas podem ter achado uma nova fonte de produção do metano "em escala global".

As árvores doentes têm um potencial de aquecimento global equivalente a 18% do carbono capturado pelas mesmas florestas, reduzindo o benefício climático que elas criariam em cerca de um quinto, segundo Covey.

"Se nós extrapolarmos o que foi encontrado [no estudo] para florestas em escala global, o metano produzido pelas árvores representaria 10% das emissões do mundo", afirmou Xuhui Lee, co-autor da pesquisa e professor de meteorologia em Yale. Ele reconhece que os cientistas "não sabiam da existência" deste processo de criação do metano.

Mais velhas
As árvores que produzem metano são mais velhas e doentes, com idade entre 80 e 100 anos. No caso da floresta de Yale, elas estão sendo afetadas por um fungo que cria condições favoráveis para a proliferação de microorganismos que fabricam o gás.

Ninguém havia pensado que a ideia de podridão causada por fungos, um problema comum em florestas, poderia estar ligado à produção de gases-estufa e ao aquecimento global, reforçam os cientistas.
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