“Em busca do prestígio perdido”. Se a campanha da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Londres precisasse de um título, poderia ser chamado assim. O “jejum” de três anos sem conquistas, desde a Copa das Confederações de 2009, nem é longo, mas é inegável que nos últimos anos o Brasil mudou de patamar. Deixou de ser o melhor do mundo, saiu até do Top 10 no ranking da Fifa, e o próprio capitão Thiago Silva disse que entre os companheiros na Europa o respeito não é mais o mesmo. Pois então, Marcelo tem o antídoto contra qualquer desconfiança: a medalha de ouro.

Titular no Real Madrid e um dos jogadores mais experientes da equipe que tenta o inédito título olímpico diante do México, sábado, às 11h (de Brasília), em Wembley, o lateral não brigou com os fatos e admitiu que o panorama não é mais o mesmo de anos atrás. Entretanto, acredita que deixar Londres com o ouro fará com que o Brasil volte a ser visto como um dos melhores do mundo.

- A Seleção tem que recuperar o prestígio com vitória e títulos. A cada jogo, a cada amistoso, competição... Damos o máximo para colocá-la no lugar que deve estar. Chegar a uma final mostra que somos uma Seleção muito boa e respeitada.

Mais importante do que qualquer status, o que estará em jogo no sábado será a única competição que o futebol brasileiro nunca foi campeão. A um jogo de fazer história, Marcelo admitiu a ansiedade, mas tentou tratar com naturalidade a situação para evitar que a pressão acabe jogando contra os brasileiros.

- Não é fácil. Dá aquele friozinho na barriga, a vontade de jogar, mas temos que saber segurar essa euforia. Não podemos colocar na cabeça essa pressão toda. Sabemos qual o nosso objetivo, todo mundo sabe, mas para ganhar precisamos estar tranquilos, concentrados e respeitar o México. Estamos concentrados e, se Deus quiser, vamos ganhar.

Mesmo diante da importância da partida, o lateral-esquerdo do Real Madrid garantiu que o elenco tem conduzido bem a expectativa nos bastidores.

- Apesar de jovem, o grupo demonstrou ser muito maduro. Estamos bem tranquilos. É uma final muito esperada e é normal ficar ansioso, mas estamos focados no nosso objetivo, que é o ouro.

Diante dos mexicanos, Marcelo terá mais uma vez a companhia de Alex Sandro pelo lado esquerdo. A opção de Mano pelo ex-jogador do Santos no lugar de Hulk agrada o lateral, que, apesar de dizer não ter preferência, elogiou o entrosamento com o novo companheiro.

- Mudou alguma coisa porque com a entrada do Alex eu me entrosei, apesar de ele ser da minha posição. Quando ele vai (para o ataque), eu fico. Quando eu vou, ele fica. Nos entendemos bem. Isso que muda.

Um dos três jogadores acima de 23 anos e titular absoluto de Mano após um período marcado por algumas polêmicas, Marcelo falou ainda sobre o momento atual com a camisa da Seleção. Comedido, evitou se considerar dono da posição:

- Faço o meu trabalho e quero continuar fazendo. Estou feliz. Quando o jogador está feliz, rende melhor. Meu objetivo é sempre ajudar.

Por fim, o camisa 6 falou também sobre a preparação para enfrentar o México. Simples e direto, deixou claro que o Brasil está pronto para, enfim, conquistar o ouro.

- Já vimos vídeo do México e sabemos o que temos que fazer.

A final entre Brasil e México começa às 11h no Estádio de Wembley, em Londres, sábado, com transmissão ao vivo do SporTV e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.