O reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Sousa Júnior, afirmou considerar excessiva a possível punição a gestores das instituições federais que não informarem os nomes de professores e servidores em greve, como apontado pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, em entrevista publicada pelo jornal "Folha de S. Paulo" no sábado (11).

Para o reitor, a improbidade sugerida pelo advogado-geral só poderia ser questionada se a Justiça tivesse definido a situação da greve. O argumento de Adams é que ela estaria acontecendo porque o desconto é um dever do administrador. “Não é um direito, não é uma faculdade, desconto ou não desconto”, afirmou.

“Nas universidades nós temos um problema específico, que decorre da realidade das universidades. As universidades públicas, em geral, têm as suas reitorias eleitas”, disse o advogado-geral. “Os reitores acabam adotando a postura de não informar as ausências decorrentes de greve. Por exemplo, a UnB. Pega a UnB aqui. A UnB deliberou isso.”

Sousa Júnior disse que a atribuição dos reitores durante a greve é garantir o cumprimento das finalidades das universidades, como a futura reposição de aulas, a concessão de diplomas e a conclusão de pesquisas. Ele também declarou que, ainda que a exigência de Adams fosse inquestionável, seria difícil cumpri-la porque os professores não têm ponto.

Na última assembleia, realizada na quinta-feira (9), a categoria decidiu manter a paralisação iniciada no dia 21 de maio. De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília, houve 254 votos a favor e 70 contra.

No dia 3 de agosto, o Ministério do Planejamento anunciou o fim das negociações com os professores, depois que a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) aceitou a proposta feita em 24 de julho a respeito do reajuste salarial e da reestruturação da carreira docente das instituições federais.