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Operário que teve crânio perfurado por vergalhão passa bem, diz hospital

G1

Passa bem o operário Eduardo Leite, de 24 anos, que teve o crânio perfurado por um vergalhão de 2 metros de comprimento na obra em que trabalhava em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A direção do Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, também na Zona Sul, informou neste sábado (18) que ele deve fazer uma tomografia à tarde e pode ter alta em uma semana, como mostrou o RJTV.

Eduardo Leite deve deixar o Centro de Terapia Intensiva (CTI) e ser transferido para um quarto do Hospital Miguel Couto na segunda-feira (20). Ele está lúcido e seu quadro de saúde é estável, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Mas o paciente é observado atentamente pelos médicos, posi ainda há risco de infecção.

"Ele vai fazer um exame de tomografia computadorizada hoje para avaliar a evolução do edema cerebral, foi feito um exame oftalmológico, e o campo de visão dele está normal, ele está enxergando bem dos dois olhos. E no terceiro tempo, então, é que nós vamos ver a alteração comportamental. E aí ele vai ser seguido pela equipe de psicologia do hospital", explicou o médico Luiz Alexandre Essinger, diretor do Hospital Miguel Couto.

O vergalhão foi apreendido pela polícia e os responsáveis devem prestar depoimento nas próximas semanas. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ)também vai ouvir a engenheira responsável pela obra.

Na sexta (17), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) fez uma vistoria na obra e os técnicos concluíram que os vergalhões não estavam bem amarrados quando foram içados. E, no momento em que o material foi içado, toda a área deveria ter sido isolada, o que teria evitado o acidente. A construtora, no entanto, disse que a suspensão dos vergalhões foi feita com os equipamentos adequados e a obra segue todos os padrões de segurança.

"Na hora do acidente, não tinha nenhum responsável pelas questões de segurança da construção. Então, nós podemos entender que o trabalhador se acidentou porque não fez o serviço da maneira que deveria, mas também faltou supervisão e orientação. Eu diria que o ocorrido foi de uma irresponsabilidade múltipla", explicou o vice-presidente do Crea-RJ, Jaques Sherique, após visitar o local do acidente na tarde de sexta.

Na manhã deste sábado (18), a construtora responsável pela obra na Rua Muniz Barreto, em Botafogo, disse que a área onde houve o acidente estava isolada. Mas não explicou a presença do operário no local.

De acordo com o engenheiro, o operário também teve sua parcela de culpa no acidente, que ocorreu na quarta-feira (15).

"O trabalhador não verificou se todas as barras estavam com a ponta virada para evitar que elas caíssem. Mas faltou também um supervisor, um encarregado ou um responsável para impedir que ele fizesse isso e para não causar o acidente", disse o ele, que acrescentou ainda que os responsáveis técnicos pela obra serão chamados pelo Crea para passar mais informações sobre a construção.

"Estamos fazendo um levantamento das informações e vamos chamar os responsáveis técnicos para uma oitiva na Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Crea. A obra não foi interditada porque não houve óbito, mas o local exato onde aconteceu o acidente foi bloqueado para operação", concluiu o engenheiro Jaques Sherique.

'Fato é milagroso', diz médico
De acordo com os médicos, apesar do susto, o operário não deve ter sequelas. A parte do cérebro atingida é responsável pelo comportamento. No entanto, o paciente apresentou bastante lucidez.

Segundo o Dr. Luiz Alexandre Essinger, diretor do Hospital Miguel Couto, onde Eduardo está operado, o que aconteceu com operário é um milagre.

"Quando um trauma dessa magnitude acontece e passa ao lado de várias estruturas vitais, que poderiam deixar uma sequela, como um coma e uma paralisia e isso mão acontece, só esse fato já é milagroso. O resto que a equipe faz é ajudar esse milagre acontecer", disse.

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