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Por conta de greve da polícia, dono de Hilux roubada oferece recompensa

G1

Por causa da greve da Polícia Civil em Goiás, iniciada há mais de 40 dias, o dono de uma caminhonete roubada em Goiânia tomou uma medida drástica. Ele está oferecendo uma recompensa no valor de R$ 10 mil para quem encontrar o veículo, um Toyota Hilux, de cor prata, ano 2012.

A recompensa foi divulgada nas delegacias de Goiânia, onde deixou os telefones para, caso alguém tenha alguma informação sobre a Hilux, entrar em contato com o proprietário. A intenção é incentivar os próprios investigadores de polícia a buscarem informações. Mas o bônus, que contou até com anúncio em uma rádio goiana, "será entregue a qualquer pessoa que efetivamente entregar a caminhonete", como esclareceu ao G1 o advogado da família, Regis Rodrigues.

Crime
No último sábado (11), uma família de Gurupi, no Tocantins, veio a Goiânia para visitar parentes e fazer compras do Dia dos Pais. Filho do proprietário do veículo, o empresário Amauri Caetano Alves Júnior, 20 anos, era o motorista da Hilux. Por telefone, ele contou ao G1 que estava na Feira da Lua, no Setor Oeste, quando o crime aconteceu.

“Eu voltei para o veículo, com mais quatro pessoas, e, na hora que entrei, recebi a voz de assalto”, relatou. O caso, como todos os crimes ocorridos no estado, não está sendo investigado. Há mais de 40 dias, agentes, escrivães e auxiliares de autópsia estão parados.

Registro
Apesar da determinação do comando de greve para que as delegacias registrem apenas crimes hediondos e flagrantes, a família fez um boletim de ocorrência. Amauri conta que teve a carteira com todos os documentos roubados e precisava do registro para retornar ao Tocantins.

O boletim foi registrado pelo advogado Regis Rodrigues, que é primo da vítima, na tarde de terça-feira (14), após dois dias de muitas tentativas. Além do fato de estar sem documentos, Amauri também tinha pressa em registrar o roubo para tentar reaver o veículo. A caminhonete, avaliada em R$ 130 mil, não possui seguro nem rastreador.

"Sabemos que, eu casos como esse, quanto mais tempo leva para acionar as autoridades, mais difícil é impedir que a caminhonete seja levada para fora do país", explica o advogado. Ele se refere ao forte esquema de roubo de veículos luxo em Goiás, envolvendo traficantes, que usa automóveis como moeda de troca por drogas no Paraguai.

Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás mostram que, nos primeiros seis meses do ano, a quantidade de furtos e roubos de veículos aumentou de 2.720 para 3.033. Durante todo o mês de julho e essa primeira metade de agosto, esse tipo de crime não foi registrado.

Um levantamento da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (Derfvra), apontou a caminhonete Hilux como o modelo mais procurados pelos ladrões em Goiânia.

Ilegalidade
Há quase um mês a greve foi considerada ilegal. O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) estipulou uma multa diária de R$ 10 mil, em caso de descumprimento da decisão. Os sindicatos que representam os policiais disseram que não foram intimados. Mas um documento da Terceira Câmara Cível do TJ-GO mostra que os dois sindicatos foram notificados no dia 30 de junho. Desde então, o valor da multa cobrada já estaria em R$ 180 mil.

O Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol) afirma que a greve é legal. Ele diz ter recorrido da decisão dentro do prazo para recurso.

Está programada para a próxima terça-feira (21) a paralisação de todas as viaturas das delegacias especializadas, às 14h. Na quarta-feira (22), não deve haver atendimento algum no Instituto Médico Legal de Goiânia e em todas as delegacias do estado das 8h às 20h.

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