Imprimir

Notícias / Educação

Universidade de Oxford vai aderir ao Ciência sem Fronteiras com 13 bolsas

G1

O programa Ciência sem Fronteiras, criado pelo governo federal para incentivar o intercâmbio de estudantes universitários brasileiros e diversos países do mundo, vai ganhar a adesão de uma das mais prestigiadas universidades do planeta: a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Segundo, Andrew Hamilton, vice-chanceler da instituição, o acordo que oficializa a entrada de Oxford no programa será assinado nesta quarta-feira (22), em evento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília. Ele explicou que serão oferecidas 13 bolsas de estudo por ano, custeadas pelo governo do Brasil.

Considerada a melhor universidade do Reino Unido e a quarta melhor do mundo, segundo o ranking de 2011 da Times Higher Education, Oxford é a primeira instituição de ensino superior de língua inglesa, fundada há cerca de 900 anos. Também foi a primeira no mundo, de acordo com Hamilton, a fundar um Centro de Estudos Brasileiros, na década de 1990. Porém, atualmente apenas 30 estudantes brasileiros estão matriculados na instituição, a grande maioria em cursos de pós-graduação.

"Não estabelecemos metas, mas temos muito interesse em aumentar o número de brasileiros estudando em Oxford", afirmou Hamilton após participar de uma palestra promovida pela Fundação Estudar na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na manhã desta terça-feira (21). "Não é que o Brasil é importante para Oxford agora, ele tem sido muito importante para nós há muito tempo."


O vice-chanceler afirmou que as relações entre a instituição e o Brasil têm se intensificado nos últimos anos, com o crescimento das colaborações em pesquisa e o compromisso de fortalecer parcerias, incluindo o oferecimento de estágios para alunos de Oxford --brasileiros ou de outras nacionalidades-- em empresas do país. Mas um dos desafios ainda é atrair estudantes de graduação e pós-graduação.

"Fomos a primeira universidade a ter um centro de Estudos Brasileiros. Temos pesquisas em todas as divisões acadêmicas, como o estudo químico de materiais rochosos com a Petrobras. E temos 400 pacientes brasileiros participando de um estudo clínico sobre diabetes com pesquisadores britânicos e brasileiros", explicou.

Seletividade
Mas conseguir uma vaga em Oxford não é fácil. A concorrência média é de entre cinco e seis candidatos por vaga e, em alguns cursos, mais de dez estudantes disputam cada vaga. "Somos seletivos porque queremos os melhores estudantes, mas também porque somos uma universidade menor em comparação com outras universidades dos Estados Unidos e também do Brasil", afirmou o professor Gordon Clark, diretor da Escola Internacional de Pós-Graduação da Escola de Geografia e Meio Ambiente de Oxford.

Apesar de números mais baixos que algumas universidades brasileiros, o processo seletivo não inclui uma prova de vestibular única para todas, nem leva em consideração as atividades extra-curriculares dos candidatos, como acontece nas instituições norte-americanas.

Para ser aceito em Oxford, é preciso ter notas altas no currículo acadêmico do ensino médio e boas pontuações nos exames requisitados, um que meça o nível de inglês, como o Test of English as a Foreign Language (Toefl), e um dos exames internacionais aplicados em estudantes que concluem a educação básica, como o International Baccalaureate (IB), o A-Levels ou o Scholastic Assessment Test (SAT). Hamilton explica que a Oxford é uma das universidades que mais tempo passa na avaliação de potenciais calouros. "Na admissão, as notas são importantes, mas ainda mais importante é o potencial. Queremos olhar nos seus olhos, descobrir não o que você sabe, mas o que você pensa das coisas que não sabe."

Segundo ele, todos os candidatos são entrevistados individualmente, mesmo que para os estrangeiros a entrevista seja feita pela internet, com uma webcam.

Hamiltou explica ainda que em Oxford não há cotas fixas para estudantes estrangeiros ou de baixa renda, mas a instituição tenta aumentar a verba para oferecer bolsas de estudo baseadas na necessidade dos estudantes. Atualmente, há programas de bolsa por mérito e atreladas à prática de esportes. Uma das estratégias citadas por Hamilton para atrair brasileiros é direcionar recursos para custear os estudos deles na instituição.

O custo anual dos cursos de graduação variam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil para alunos sem cidadania britânica, e os mais baratos de pós-graduação saem por cerca de R$ 22 mil, mas podem chegar a mais de R$ 60 mil, no caso de cursos de medicina ou MBA.

Calendário de seleção
Quem pretende concorrer a uma vaga para o ano letivo de 2013, qe tem início em outubro do ano que vem, deve entregar o formulário de inscrição (application) até o dia 15 de outubro. As redações e resultados de exames têm prazo até novembro.

Em dezembro deste ano, a equipe de admissão da Oxford fará entrevista com todos os candidatos aprovados na primeira fase. Para estudantes estrangeiros, a entrevista pode ser feita via webcam. O resultado do processo seletivo será divulgado em janeiro de 2013.

Já para os cursos de pós-graduação, disponíveis em todas as áreas do conhecimento, os prazos variam de acordo com os departamentos, entre novembro deste ano e janeiro do ano que vem. Hamilton explicou que os principais laços entre pesquisadores de Oxford e do Brasil estão nas disciplinas de línguas modernas, políticas ambientais, geologia e genoma estrutural, entre outras.
Imprimir