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CPI pode convocar reunião administrativa para semana que vem

G1

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, afirmou que poderá convocar para a próxima terça-feira (28) uma reunião administrativa para apreciação de requerimentos de quebras de sigilo.

Os parlamentares querem quebrar o sigilo de empresas suspeita de serem fantasmas, que teriam recebido dinheiro da construtora Delta, de acordo com investigações da Polícia Federal. A Delta é suspeita de ter recebido dinheiro de empresas fantasmas ligadas ao esquema do contraventor.

De acordo com Vital, um pacote de possíveis requerimentos a serem apreciados está sendo analisado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). A análise deve ser finalizada até o começo da próxima semana.

“Minha posição é claramente favorável à apreciação de um pacote de requerimentos que identificam as empresas. Temos de ter um cuidado para analisar os requerimentos e saber o que são empresas de fachada. Até segunda-feira (27) devemos ter a definição”, disse o presidente.

Para o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), a quebra do sigilo das empresas é fundamental para que a CPI possa investigar o braço financeiro do esquema.

"Disseram claramente os procuradores [que prestaram depoimento à CPI na terça(21)] que o grupo continua articulado e o desafio é identificar o braço financeiro a partir de possíveis fraudes em licitações e que, enquanto não se sufocar a parte financeira, a organização continuará operando".

Na análise do senador Randolfe Rodrigues (PSOl-AP), é preciso que a CPI consiga identificar a destinação dos recursos.

"No caminho que aponta a investigação dessa CPI, o braço financeiro está em torno da empreiteira Delta. Considero fundamental nós, o quanto antes, na semana que vem, realizarmos uma reunião administrativa para apreciar os requerimentos das empresas laranjas ou de fachada que receberam dinheiro da Delta".

Depoimentos
Para a próxima semana, a CPI já tem agendado os depoimentos do dono e ex-presidente da Delta Fernando Cavendish o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot.

Pagot presta depoimento à comissão no dia 28 de agosto e Cavendish no dia 29. Cavendish já ingressou no Supremo Tribunal Federal STF) pedindo para não comparecer à CPI. No pedido de liminar, a defesa de Cavendish alega que o convite para o dono da Delta ir ao Congresso prestar esclarecimentos na condição de testemunha estaria equivocado.

Para os advogados, ele é alvo das investigações da CPI que tenta identificar o alcance da influência do grupo de Cachoeira sobre políticos e empresários, e, portanto, não poderia ser obrigado a produzir provas contra si mesmo.


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