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Conferência da ONU sobre desarmamento chega a acordo após 13 anos

Folha Online

A Conferência sobre Desarmamento da ONU (Organização das Nações Unidas), o fórum multilateral de negociação para a segurança internacional, chegou a um acordo nesta sexta-feira por um plano de trabalho a fim de conseguir um tratado de desarmamento nuclear. O acordo acabou com 13 anos de paralisia da conferência, marcada pelas diferenças de interesses entre as grandes potências e os países em desenvolvimento.

O avanço das negociações chega em um momento delicado para a comunidade internacional, já que a Coreia do Norte causou uma escalada da tensão nuclear ao realizar o teste de uma bomba no começo da semana --a mais recente das medidas de rompimento com os planos de desnuclearização. 

Uma porta-voz da ONU confirmou nesta sexta-feira, em Genebra, na Suíça, o avanço das discussões a partir da última proposta de compromisso apresentada por um grupo de Estados não nucleares.

O texto, apresentado no início de maio, prevê iniciar negociações sobre um tratado internacional para proibir a produção de material físsil --condição dos países ocidentais-- e discussões sobre o desarmamento nuclear, pedidas pelos não alinhados.

O compromisso também propõe criar um grupo de trabalho sobre a militarização do espaço extra-atmosférico, pedido da China.

Durante mais de uma década, a Conferência sobre Desarmamento da ONU, integrada por 65 países, foi incapaz de fixar uma agenda de trabalho, em grande parte, devido ao desinteresse da administração americana.

No entanto, a aproximação entre Rússia e Estados Unidos --avanço obtido após a chegada ao poder do americano Barack Obama--, criou um novo clima favorável ao reforço da segurança internacional através da reativação do processo de desarmamento.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez uma chamada há dez dias, em Genebra, para que os países aproveitassem o novo impulso criado pelo início das negociações bilaterais russo-americanas sobre o desarmamento nuclear.

O ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, também tinha pedido, em março, que a Conferência iniciasse novas negociações, após se encontrar com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

Diante da Conferência sobre Desarmamento, o ministro afirmou que, pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, o mundo tinha a oportunidade de conseguir avanços reais em matéria de desarmamento, e pediu que a comunidade internacional "não deixe passar esta ocasião".

Esta semana, os EUA indicaram na Conferência que estavam dispostos a apoiar a última proposta de compromisso.

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