Apenas quatro parlamentares (são oito deputados federais e três senadores) da bancada federal de Mato Grosso marcaram presença em ato realizado pelos professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em greve, nesta segunda-feira (27). Os docentes convidaram os senadores e deputados federais para que eles apoiem o pedido de reabertura das negociações entre os sindicatos e governo federal. Grevistas dizem que aulas só retornam com a retomada das negociações.

 - Professores da UFMT viajam a Brasília para ato; reitoria pode ser invadida
 - Professores da UFMT reconhecem que calendário letivo será afetado
 - Greve 'trava' ano letivo, mas não afeta vestibulares de universidades federais
 - Greve nas federais faz 3 meses com impasse entre governo e professores

Os três deputados federais: Wellington Fagundes (PR), Victorio Galli (PMDB) e Valtenir Pereira (PDB) e um senador: Cidinho Santos (PR), se comprometeram a levar o pedido dos professores grevistas aos outros parlamentares e disseram que vão utilizar a tribuna do plenário do Congresso Nacional para solicitar a retomada da negociação.

“Com a bancada de Mato Grosso vamos pressionar o governo para abrir as negociações. Já abrimos mão de algumas reivindicações e pedimos apenas a reestruturação de carreira e condições de trabalho”, disse o professor Maurélio Menezes, integrante do comando local da greve.

Maurélio ainda disse que as aulas nas 55 universidades federais que ainda continuam paralisadas só vão ser retomadas depois que o governo federal volte às negociações. “A única forma de encerrar a greve é sentar e negociar. Enquanto o governo não sentar para reabrir as negociações a greve não acaba”, frisou.

O deputado federal Valtenir Pereira disse que é notório a dificuldade que os professores estão tendo para que as negociações sejam retomadas e vai somar com o movimento. “Vamos fazer mais pronunciamentos na tribuna da Câmara”, garantiu o parlamentar.

O senador Cidinho Santos acredita que com a bancada de Mato Grosso cobrando o governo federal vai atender a solicitação do movimento grevista. “Com a entrada dos deputados e senadores pode ser que se tenha um avanço”. Ele ainda frisou que os senadores do Estado são solidários a greve.

Já o parlamentar Wellington Fagundes defendeu que é preciso o uso individual da tribuna para pedir ao Executivo que atenda ao pedido dos docentes. Outra alternativa defendida pelo deputado é a criação de uma comissão com todos as bancadas. “Acredito que o governo tem a pré-disposição de retomar as negociações”.

Os sete parlamentares (dois senadores e cinco deputados federais) que não compareceram ao ato realizado nesta segunda-feira (27) na UFMT entraram em contato com o Comando Local e disseram que não poderiam estar presentes por compromissos pré-agendados, mas segundo Maurélio Menezes, os senadores e deputados confirmaram que apoiam o movimento e vão cobrar do governo a retomada das negociações.

Greve da UFMT já passa de 100 dias

A greve dos professores da Universidade Federal de Mato Grosso já ultrapassou 100 dias, sem a previsão de término pela falta de negociação. A categoria alega que não é verdade que a proposta representa 45% de reajuste linerar, conforme foi divulgado pelo governo federal.

Os professores alegam que a proposta do governo é um reajuste escalonado até 2015 e que impacta de forma diferente nas cinco classes que compõem a carreira docente em vigor. Eles alegam que o governo não considerou a inflação acumulada nesse período de três anos, estimada em 32%.