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Presidência e relatoria da CPI da Petrobras serão definidas na terça-feira; Ideli é cotada

Folha Online

A polêmica em torno da escolha do presidente e do relator da CPI da Petrobras no Senado só vai ser solucionada na próxima terça-feira, quando a comissão será oficialmente instalada na Casa. Os líderes governistas vão aproveitar o fim de semana para acertar o tom do discurso inicial para a CPI, com o objetivo de emplacar nomes ligados ao Palácio do Planalto nos dois cargos de comando da comissão.

O presidente eleito pelos integrantes da CPI tem a prerrogativa de indicar o relator. Pelo quebra-cabeças articulado pelos governistas, a relatoria deve ser entregue ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Os senadores João Pedro (PT-AM) e Ideli Salvatti (PT-SC), que é a líder do governo no Congresso, são apontados como os possíveis presidentes da CPI. O nome dos dois petistas ganhou força uma vez que o governo quer escolher parlamentares com histórico de fidelidade ao governo.

O nome mais forte para presidir os trabalhos, no entanto, é o da senadora Ideli. O receio é que a senadora não consiga conciliar as atividades da CPI com a função de líder do governo no Congresso, que coloca nas mãos dela todas as negociações sobre o Orçamento da União para 2010, último ano do governo Lula.

Um sinal de que mesmo com esta dúvida ela poderá assumir o posto foi o convite feito por ela ao senador Valdir Raupp (PMDB-RO), realizado na quarta-feira, para que ele assumisse a vice-liderança do governo no Congresso. O que chama atenção é que, na terça-feira, Raupp aceitou comandar a liderança da maioria no Senado, bloco formado pelo PMDB e pelo PP.

A indicação de João Pedro esbarra na orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que todos os integrantes do primeiro-escalão se descompatibilizem dos cargos até dezembro se forem disputar as eleições de 2010. Ele é suplente do ministro Alfredo Nascimento (Transportes), que pode deixar o cargo e voltar ao Senado se for disputar o governo do Amazonas.

Blindagem

Apesar das incertezas sobre o principal cargo de comando da CPI, o governo já orientou os governistas --que são maioria --a engavetar requerimentos de convocação de autoridades do alto escalão do governo, como a ministra Dilma Rousseff (da Casa Civil). Os governistas teriam em mãos uma lista de quem pode ou não ser convocado.

Os senadores da base aliada também apostam no calendário para evitar que as investigações ganhem fôlego ainda no primeiro semestre. A avaliação dos líderes é que o recesso parlamentar de julho pode frear as investigações. Para uma CPI funcionar no recesso é preciso que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, autorize o seu funcionamento.
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