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Um mês após demissões, Campinas deixa de repor 31% dos médicos

G1

Um mês após a saída de 72 médicos de urgência e emergência da rede pública de Campinas (SP), a prefeitura ainda não conseguiu contratar 31% desses profissionais. Além disso, apenas metade dos 50 admitidos já estão trabalhando, segundo a administração.

Todos os funcionários que se desligaram eram contratados pelo convênio entre a prefeitura e o Hospital Cândido Ferreira e trabalhavam em diversas unidades de saúde da cidade. Apesar da assinatura de um acordo para prorrogar o contrato, eles receberam aviso prévio de demissão e tinham o direito de se desligar, opção escolhida por 72 deles.

A Secretaria de Saúde estima que no total devem ser contratados 60 médicos para a substituição e alega que a redução não acarretará prejuízos, pois a compensação ocorrerá no número de horas trabalhadas pelos profissionais. Quando as demissões foram anunciadas, a administração municipal informou que a reposição total dos médicos iria ocorrer até a primeira quinzena de agosto.

As vagas para médico continuam abertas. Os currículos devem ser entregues diretamente no Cândido Ferreira, na Rua Antonio Prado, 430, no distrito de Sousas.

Mudança e crítica
A prefeitura explicou que os novos contratos propõem mínimo de 12 horas semanais, contra oito horas previstas nos acordos anteriores. Além disso, parte dos profissionais trabalha em regime de 24 ou 36 horas por semana.

O diretor do Sindicato da Saúde de Campinas e região (Sinsaúde), Osvaldo Ferreira, diz que a medida da prefeitura deve ser revista no início do ano, pois entende que é um plano emergencial. "Eles deram um tiro no pé e agora precisam suprir essa necessidade. O ideal é que os médicos trabalhem até 20 horas semanais, pois a sobrecarga prejudica eles e o atendimento", reitera Ferreira.

A administração municipal informou que parte dos 25 médicos contratados devem ocupar os postos de trabalho em até 15 dias, enquanto que outra parcela poderá dar início às atividades até outubro, em virtude do prazo estabelecido após aprovação em concurso. Além disso, reitera que aumentou o valor pago aos profissionais pelos plantões, que subiu de R$ 695 para uma cifra entre R$ 805,00 a R$ 1,1 mil pela carga horária mínima.

O caso
Os problemas do convênio entre prefeitura e Cândido Ferreira vieram à tona em 13 de dezembro de 2011, quando o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) julgou irregular a renovação do Termo de Convênio assinada em 2008. Com isso, a administração se comprometeu com o Ministério Público, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a regularizar com concursos públicos as 1.308 vagas que o convênio entre e prefeitura e hospital abriu. Parte dos trabalhadores já foram substituídos.
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