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GM convoca imprensa para segunda-feira, mas não menciona concordata

Folha Online

A GM (General Motors) convocou a imprensa para uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, sem mencionar o assunto do encontro. O aviso ocorre em meio ao vencimento do prazo para a montadora apresentar ao governo dos EUA seu projeto de reestruturação e às negociação para a venda da Opel, sua subsidiária na Alemanha, à canadense Magna.

O diretor-geral da montadora americana, Fritz Henderson, receberá a imprensa ao meio-dia (horário local, 13h em Brasília), informou o grupo em comunicado, prometendo mais detalhes para a manhã de segunda-feira.

Segundo a imprensa americana, o grupo de Detroit poderá apresentar o pedido de concordata segunda-feira no tribunal de falências de Nova York. Esta mesma jurisdição trata atualmente do pedido da Chrysler, que já pediu proteção ao "Capítulo 11" da Lei de Falências americana --o equivalente à concordata (ou recuperação judicial, no Brasil).

Ontem, a GM informou que conseguiu fechar um acordo com os credores para encerrar sua dívida, na última aposta para evitar a falência e prosseguir com sua reestruturação nos EUA. A empresa buscava a troca de US$ 27 bilhões de seus débitos por ações da montadora.

Pela proposta, a montadora sugeriu dar 10% das ações da 'nova GM' e garantia para aumentar a participação em até 15% aos credores, entre os quais grupos como a Fidelity Investments e a Franklin Templeton Investments e 100 mil investidores individuais.

Antes disso, na terça-feira (26), o grupo havia rejeitado um acordo que se limitava a oferecer 10% das ações da empresa em troca da quitação da dívida.

Os credores têm até o dia 30 de maio para divulgar 'declarações de apoio' nas quais indiquem que não serão contra a venda de ativos da antiga GM à nova companhia que sairá do processo. A proposta deixará a nova GM com uma dívida consolidada de US$ 17 bilhões.

No processo de reestruturação, a empresa já anunciou o fechamento de fábricas, demissão de funcionários, venda de marcas e acordos para reorganizar seus mercados.

Por enquanto, o Tesouro dos EUA permanece como principal detentor da futura companhia, com 72,5% de participação acionária, seguido pelo sindicato UAW (United Auto Workers), com 17,5% dos títulos.

Desde dezembro, a General Motors está funcionando graças aos US$ 19,4 bilhões que Washington emprestou à empresa. Além disso, o fabricante disse que precisará de mais US$ 7,6 bilhões a partir de 1º de junho para manter a produção em suas unidades.
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