Todo professor da rede estadual de ensino receberá um kit contendo os fascículos das Orientações Curriculares (OC). O compêndio com as informações foi construído coletivamente e subsidiam o processo educacional em Mato Grosso. Considerando as dimensões territoriais do Estado e o processo logístico para a distribuição do material, a superintendência de Formação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), estima que até o fim do ano todo professor terá o material para pesquisa.

A superintendente de Formação, Ema Marta Dunck Cintra, informa que 12 dos 15 Centro de Formação e Atualização de Professores (Cefapros) já realizaram o processo formativo para discutir as Orientações Curriculares e a sistematização curricular com adoção dos Complexos Temáticos. “Para construirmos uma educação com qualidade social, que integre todas as áreas do conhecimento e reconheça os sujeitos e suas especificidades, temos que passar por essas discussões”.

Nesse primeiro momento foram convidados a participar das discussões cinco professores por escola, além de coordenadores pedagógicos e de áreas de conhecimento. O próximo passo será realizado nas unidades. “Será o momento de levar as discussões para dentro da escola e promover a integração curricular por meio da Sala do Educador. O professor poderá refletir durante a hora atividade. A proposta tem essa concepção”.

Ema Marta frisa que a Seduc apresentou e proporcionou o debate da organização curricular por meio dos Complexos Temáticos, mas pontua que a autonomia escolar será mantida. Não é uma condicionalidade a adoção dessa metodologia de organização curricular. “Nós entendemos que ela é a proposta que mais se adapta ao Ciclo de Formação Humana, porque garante a compreensão educacional partindo da realidade atual do aluno”.

Para ela, a proposta também contempla a integração dos conteúdos entre Ensino Médio Regular e Profissionalizante, configurando como uma estratégia de fortalecimento do processo educacional para esse público.

Para debater os temas, a assessora especial da Seduc, professora Rosa Neide Sandes de Almeida, percorreu vários Cefapros durante os meses de julho e agosto. “Estamos trabalhando uma cultura diferenciada. A metodologia aplicada com os Complexos Temáticos exige um trabalho coletivo, uma estruturação em grupo, o planejamento não pode ocorrer de maneira individualizada. Apresentar uma nova formatação demanda tempo para interação”.

De maneira geral, Rosa Neide avalia que percebe muito boa vontade por parte dos profissionais durante as atividades formativas e que as ressalvas existentes são inerentes ao processo. “Quando o profissional passar a ter mais segurança, de fato incorporar e compreender a dimensão dos Complexos, ajudará na mudança da cultura”.

Ela finaliza pontuando que “a mudança na escola que desenvolve uma educação de qualidade social é o conhecimento que se tem dos estudantes. A escola não é preparação para a vida e sim, a própria vida”.