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Notícias / Educação

Projeto de jovens de Águas da Prata é escolhido para o Parlamento Jovem

G1

 Duas adolescentes de Águas da Prata (SP) foram selecionadas para participar da edição deste ano do Parlamento Jovem, que é uma oportunidade para que os estudantes possam discutir e sugerir propostas para melhorar a cidade onde moram. Beatriz Dias de Moraes e Cíntia Olarte apresentaram uma proposta para incentivar a produção de orgânicos.

O projeto está entre os 11 selecionados no Estado de São Paulo. As alunas cursam o segundo ano do ensino médio e tiveram a ideia de desenvolver um projeto para a agricultura durante uma aula de sociologia. “Através do projeto eles podem opinar sobre diversos problemas sociais que nós enfrentamos no dia a dia. Não só opinar como sugerir também para os nossos representantes o que pode ser feito para o benefício de toda a população”, disse a professora Maria Umbelina Ferreira.

Cíntia cresceu vendo o trabalho do pai na lavoura e se preocupava com o uso de agrotóxicos e fertilizantes. A ideia é que os produtores destinem 3% da área de sua propriedade para o cultivo do orgânico e, para isso, teriam como estímulo a redução no Imposto Territorial Rural (ITR) e uma redução de 30% no pagamento do valor total de empréstimo do crédito rural. “Vai trazer benefícios com em geração de trabalho, na saúde pública e também a questão do meio ambiente”, disse.

Beatriz será a representante da dupla em Brasília onde vai conhecer o trabalho dos desputados e defender o projeto no dia 24 de setembro. Ela disse que o discurso já está pronto e ela espera que a ideia possa virar projeto de lei. “A gente vai estar na Câmara defendendo o nosso projeto durante três minutos e se algum deputado se interessar pelo nosso projeto ele pode apadrinhar e futuramente virar uma nova lei”, afirmou.

O projeto já ganhou o apoio dos agricultores da cidade. Em uma fazenda da cidade, são 20 hectares destinados ao plantio de orgânicos. A produção começou a sete anos, mas ainda não gera lucro. No mercado, o preço e a aparência dos produtos cultivados com fertilizantes ainda atraem mais o consumidor. “Vão muito pela beleza do produto e não pela saúde, então ele prefere a convencional que é mais linda, ele come pelos olhos. Na realidade ele está consumindo produto com agrotóxico”, destacou o pro

A produção de orgânicos ainda é um desafio para o produtor, pois manter a qualidade do produto sem a utilização de agrotóxicos exige cuidados e investimentos em estrutura. Com mais incentivos, a produção poderia crescer, gerar novos empregos e estimular outros produtores a cultivarem orgânicos.

Se a ideia das estudantes virar um projeto de lei, produtores e consumidores vão ganhar com a iniciativa. “Hoje em dia muitos ainda têm dúvidas, medo, acham que não vai ser vantajoso. Mas isso sendo lei e tendo incentivos eu acho que vai ser uma maravilha”, disse a diretora do Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento da cidade, Alice de Abreu.


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