A ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda afirmou que é a presidente Dilma Rousseff quem tem de explicar as razões pelas quais ela foi demitida e substituída pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), que tomou posse em cerimônia nesta quinta (13) no Palácio do Planalto.

No final da cerimônia, questionada por jornalistas sobre o motivo de sua saída do cargo, ela respondeu: “Isso você pergunta à presidenta, não a mim”.

Apesar de dizer que não está magoada com Dilma – “em hipótese alguma” –, a ex-ministra afirmou que não foi avisada previamente sobre sua saída.
Ana de Hollanda (dir.) cumprimenta a sucessora Marta Suplicy na cerimônia de posse (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)Ana de Hollanda (dir.) cumprimenta a sucessora Marta Suplicy na cerimônia de posse (Foto: Wilson Dias / Agência Brasil)

“Ninguém tinha me avisado que eu ia sair, mas eu sempre soube que o convite meu foi um convite muito pessoal da presidenta e eu tenho uma gratidão, uma fidelidade porque ela que está fazendo acontecer”, afirmou Ana de Hollanda, que se declarou “fã” da presidente.

“Se eu sou uma fã dela, pelo trabalho geral, eu tenho que entender se ela precisa, se ela acha que tem que dar a pasta para outra pessoa. É inteiramente natural”, afirmou.
Se eu sou uma fã dela [Dilma], pelo trabalho geral, eu tenho que entender se ela precisa, se ela acha que tem que dar a pasta para outra pessoa. É inteiramente natural."
Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura

Ana de Hollanda disse que sempre teve apoio da presidente Dilma e do Planalto e que fica feliz em ter dado a sua “digital” a projetos do ministério. “Estou muito contente com esse governo e eu acho que foi muito bom participar”, disse.

Em discurso durante a posse de Marta, Ana de Hollanda elogiou o orçamento federal de 2013 para o setor. Uma carta que ela enviou à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, relatando dificuldades financeiras da pasta teria irritado a presidente.

Criticada por setores da área cultural durante toda a gestão, ela afirmou que tentou entender quem estava por trás daqueles “ataques”

“Por que pessoas que não me conhecem falam coisas tão baixas? Daí eu disse: 'não é comigo'. É a responsabilidade do cargo que eu estou ocupando. Esse cargo tem isso”, afirmou.

“Eu contrariei talvez muitos interesses, e as pessoas reagem de uma forma muitas vezes muito rude. Não pensam que estão tratando de uma pessoa, de um ser humano”, reclamou a ex-ministra.

Ana de Hollanda se emocionou durante o discurso de Dilma. “Em nenhum momento foi de tristeza. Foi de emoção”, disse.

A presidente agradeceu a atuação da ex-ministra no governo e disse que Ana “enfrentou pressões muitas vezes injustas e excessivas”. “O governo será eternamente grato à sua atuação à frente do ministério”, afirmou Dilma.