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De luta épica à falta de motivação; conheça rival de Anderson Silva

Terra



As reviravoltas das últimas 48 horas no card principal do UFC Rio 3 tiveram um final feliz para o público carioca. Embora não possa acompanhar a esperada disputa pelo cinturão dos penas entre José Aldo e Frankie Edgar, o torcedor terá novamente Anderson Silva como protagonista da noite. O campeão se ofereceu e acertou contrato com a organização para enfrentar um adversário que há tempos não possui um grande desafio na carreira: o americano Stephan Bonnar, estrela que nunca brilhou como o esperado no octógono.

Sem figurar entre os principais nomes da atualidade na categoria meio-pesado, Bonnar iniciou a carreira no Ultimate Fighting Championship de uma maneira meteórica. Participante da primeira edição do The Ultimate Fighter, reality show da organização que tem como objetivo revelar novos ídolos, o americano chegou à decisão do programa, veiculado em 2005, e protagonizou a ¿luta mais importante da história do UFC¿, como gosta de repetir o presidente da entidade, Dana White.

Treinado pela lenda Randy Couture no reality show, Bonnar enfrentou o compatriota Forrest Griffin na decisão. Em uma luta extremamente movimentada, na qual ambos encararam como o ¿último combate da vida¿, Griffin e Bonnar realizaram um duelo aberto, repleto de reviravoltas e golpes contundentes. No final, o próximo rival de Anderson Silva acabou derrotado por 29/28, de forma unânime, e viu o adversário comemorar o contrato oferecido pela organização da Zuffa.

Embora derrotado no octógono, Bonnar deixou o ambiente de lutas com um sorriso no rosto, repleto de ferimentos pela épica batalha com Griffin. Dana White, antes de entregar o troféu ao vencedor, anunciou que ambos assinariam com o UFC, quebrando a principal regra do programa. O reconhecimento, contudo, não parou por aí. No final de 2005, o duelo histórico foi eleito o melhor do ano, segundo pesquisa que contou com quase 20 mil votos no site especializado MMAWeekly.

Apesar do revés, Bonnar desembarcou como uma grande revelação dentro do Ultimate. Mas, ao contrário de Griffin, que chegou a conquistar o cinturão da organização, o vice-campeão do primeiro reality show da história do UFC jamais alcançou tamanho sucesso na divisão, embora tenha engatado uma sequência de três vitórias consecutivas depois do programa (Sam Hoger, James Irvin e Keith Jardine).

Os resultados credenciaram Bonnar entre os principais nomes da categoria, mas, a partir de então, a carreira do lutador não subiu como esperado: derrotas para Rashad Evans e Forrest Griffin, novamente. Na revanche, inclusive, o lutador acabou flagrado em exame antidoping e suspenso por nove meses, perdendo contratos e o espaço adquirido dentro da organização ¿ como a exibição de um quadro na SpikeTV.com.

Em baixa e longe dos holofotes, Bonnar se recuperou com duas vitórias diante dos inexpressivos Mike Nickels e Eric Schafer. Contudo, três resultados negativos consecutivos novamente tiraram o atleta do grupo dos principais nomes da divisão. O "Psicopata Americano", como é conhecido, caiu para um então "desconhecido" Jon Jones (atual campeão do meio-pesado), o veterano Mark Coleman e o polonês Krzysztof Soszynski.

As derrotas derrubaram Bonnar também fora do octógono. Apesar da recuperação com vitórias sobre Krzysztof Soszynski (em revanche), Igor Pokrajac e Kyle Kingsbury, o lutador, marcado por um embate épico realizado há sete anos, chegou até a cogitar a aposentadoria, alegando "falta de motivação". Agora, com a surpreendente luta contra Anderson Silva, o melhor peso por peso do mundo e um dos grandes atletas da história do MMA, o "Psicopata" terá a chance de recuperar o gosto pela luta, no maior desafio da carreira.
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