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Em crise de convulsão, pessoa deve ficar de lado e não pode ser segurada

Bem Estar

 Ver uma pessoa durante uma crise de convulsão assusta, mas é importante manter a calma e não tentar segurá-la ou tomar atitudes exageradas na tentativa de socorrê-la. Apesar de assustar, a convulsão dificilmente deixa seqüelas, como explicou o neurologista Marcelo Calderaro no Bem Estar desta quinta-feira (4).

O socorro a uma crise convulsiva é importante e cercado de diversos mitos. É importante manter a calma e colocar a pessoa em uma situação de segurança para que ela não caia ou bata a cabeça. Além disso, caso ela esteja salivando, é importante deitá-la com a cabeça de lado para evitar que ela se sufoque com a própria saliva.

Algumas pessoas acreditam que colocar objetos, como canetas, panos enrolados ou até mesmo o dedo pode ajudar a não enrolar a língua, mas isso é errado, como explicou a pediatra Ana Escobar.

A língua não pode causar engasgo e não há como ser engolida; apenas fica endurecida durante a crise assim como os outros músculos do corpo. Fora isso, a pessoa que usa o dedo para desenrolar a língua pode se machucar já que a outra em crise convulsiva pode involuntariamente mordê-la. Além disso, não pode segurar a pessoa, não pode dar tapas, não pode dar remédios e não pode jogar água na cara de quem estiver tendo uma convulsão.

Os sintomas mais comuns das convulsões são contrações fortes por todo o corpo, principalmente nos braços e pernas, lábios azulados, olhos virados para cima, inconsciência e salivação abundante. Ela pode ser causada por hemorragia, intoxicação por produtos químicos, falta de oxigenação no cérebro, efeitos colaterais provocados por medicamentos ou doenças como epilepsia, tétano, meningite e tumores cerebrais.

O Bem Estar mostrou a história do Eduardo Caminada Júnior, que tem epilepsia. A primeira crise foi aos três anos de idade e, com 27 anos, ele descobriu uma lesão profunda no cérebro. Mesmo com o problema, ele procura viver da melhor maneira possível.

Segundo o Eduardo, existe muito preconceito dos próprios pacientes que têm a doença porque eles acabam se limitando e usando a epilepsia para não seguir em frente.

Convulsão febril

Segundo a pediatra Ana Escobar, esse tipo de convulsão é igual às outras, mas acontece somente com crianças entre 5 meses e 5 anos, quando o cérebro ainda não está totalmente formado e não consegue reconhecer completamente os estímulos.

Existem fatores genéticos que predispõem para a ocorrência da convulsão febril, porém infecções virais, como as gripes e os resfriados, bem como as infecções bacterianas, como infecção de ouvido, sinusite, pneumonia são doenças que podem levar à convulsão por apresentarem febre na sua evolução.

Se a criança começa a ter febre forte, é preciso baixá-la o mais rápido possível para evitar uma possível convulsão. Segundo a pediatra Ana Escobar, um banho morno pode ajudar a baixar a febre entre 37 e 38 graus. A partir dos 38 graus, já é sinal para usar medicamentos, como o paracetamol, dipiroma e o ibuprofeno. Mas mesmo com a febre alta, nem toda criança vai convulsionar. Se acontecer, é preciso ir rapidamente para o hospital.
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