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Veja principais hipóteses sobre causas do desaparecimento do Airbus

G1

Ainda é muito cedo para determinar com precisão as causas do desaparecimento do vôo AF 447, da Air France, que sumiu durante seu trajeto do Rio para Paris. O mais provável, porém, é que uma série de problemas tenham concorrido para danificar de forma catastrófica o funcionamento do avião.

 opinião é de Ronaldo Jenkins, diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. "Por enquanto a gente está escutando muita especulação, e qualquer hipótese pode ser formulada", disse Jenkins ao G1. "O que se pode dizer é que vários fatores normalmente se somam para que aconteça um desastre."

As informações da Air France dão conta, até o momento, de que teria havido uma pane elétrica no avião quando ele sobrevoava o Atlântico entre a costa brasileira e a África. "O que acontece é que o sistema elétrico do avião normalmente é duplo, podendo até ser triplo, o que dificulta o acontecimento de uma falha elétrica total", afirma Jenkins. Se o sistema elétrico principal falhar, diz o especialista, aciona-se um gerador auxiliar que produz energia através de uma hélice externa, captando o movimento do ar graças ao deslocamento do avião.

"Esse gerador garante que os sistemas essenciais do avião, como os comandos de vôo e os instrumentos básicos, continuem operando", afirma Jenkins.

Raio

A maioria dos especialistas acredita ser muito remota a hipótese de que um raio tenha sido o responsável pela pane que levou ao sumiço da aeronave. Isso porque esses veículos são projetados para conduzir raios que por ventura os atinjam até o solo, sem danificar o avião em si. O último acidente de grande porte causado por um raio ocorreu em 1962, derrubando um Boeing 707, também da Air France, e matando 112 pessoas.

Jenkins explica que, em geral, não há nada de extraordinário nas condições climáticas do Atlântico na região em que o avião parece ter desaparecido. A ocorrência de tempestades com raios (possível causa da pane elétrica) ou de turbulências fortes "não difere em nada de qualquer lugar da costa do Brasil. A incidência desses eventos não é maior ali", avalia.

O Brasil informou que a aeronave fez contato por radar pela última vez às 22h33 de domingo (horário de Brasília), depois de passar pela ilha de Fernando de Noronha.

O avião voava em direção a uma conhecida área de tempestades que se movimenta em torno da Linha do Equador, conhecida como Zona de Convergência Intertropical.

Ele foi precedido na mesma rota, 30 minutos antes, por um Boeing 747-400 da Lufthansa indo para Frankfurt, de acordo com uma fonte com acesso a informações transmitidas por jatos para a Organização Meteorológica Mundial que falou à agência de notícias Reuters.

Duas horas depois, um avião de carga MD-11 também da Lufthansa passou ao sul do mesmo ponto a caminho para a África Ocidental, disse a fonte, pedindo para não ser identificada.

Nenhuma das aeronaves relatou qualquer anormalidade.
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