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Kleina usa semana para trabalhar parte emocional antes de 'decisão'

Globo Esporte

A principal preocupação do técnico Gilson Kleina após a derrota por 3 a 0 para o São Paulo, sábado, no Morumbi, não era a má atuação dentro de campo, nem os possíveis desfalques que a equipe pode ter para as próximas rodadas – casos de Valdivia e Juninho, por exemplo, que saíram lesionados. O comandante quer trabalhar na base da conversa para evitar que tudo o que foi feito em três semanas de trabalho seja perdido por causa do revés diante de um dos maiores rivais.

A comissão técnica detectou que jogadores que vinham ganhando confiança perderam o foco no clássico deste sábado. Casos dos laterais Juninho e Artur e do volante Márcio Araújo, três dos mais inconsistentes em campo contra o São Paulo. O primeiro perdeu a disputa com Lucas pelo seu setor, deixando o são-paulino brilhar. O segundo foi expulso depois de cometer falta em Osvaldo, enquanto o terceiro falhou na marcação e não foi páreo para o rápido ataque tricolor.

Coincidência ou não, Araújo deixou o Morumbi com uma feição assustada, já sabendo que seria pressionado por causa dos novos erros que cometeu. O que Gilson Kleina não quer é que a falta de confiança volte a transitar pelo ambiente do Palmeiras. Para fugir do rebaixamento, o técnico espera que o grupo dê a resposta rapidamente.

– Primeiro, temos de entender de que forma vamos sair dessa situação. Se mantivermos aquela postura dos primeiros jogos, vamos caminhar. Se formos com essa indolência, vamos ter dificuldades. Não podemos ter duas identidades em um time só – avisou Kleina.
Se fizermos duas vitórias a cada três jogos, vamos sair dessa situação. Nossa gordura é menor, mas temos de resgatar o espírito para o próximo jogo"
Gilson Kleina

Desde a chegada do técnico, o Palmeiras venceu Figueirense e Ponte Preta, rivais diretos contra a degola, e mostrou uma postura de time que sabe o que quer. Nos dois jogos, construiu o placar nos primeiros 15 minutos e controlou os jogos sem tanto esforço. Contra o São Paulo, tudo deu errado, mas Gilson Kleina espera que as vitórias anteriores não sejam esquecidas.

– Não é uma derrota que vai tirar nosso objetivo, nossa convicção. Se mantivermos esse cálculo de duas vitórias a cada três jogos, vamos sair dessa situação. Nossa gordura é menor, mas temos de resgatar o espírito no próximo jogo. Só depende da gente – afirmou Kleina.

Os jogadores entenderam bem o recado. Um dos líderes do elenco, o goleiro Bruno avisou que vai “passar a borracha” no que ocorreu neste sábado. A mesma expressão foi citada pelo meia Tiago Real, que entrou no segundo tempo e pode ser opção em caso de lesão grave de Valdivia. Contra o Coritiba, ambos falam em “jogo do ano”. Afinal, é um confronto direto com a primeira equipe fora da zona de rebaixamento.

– A conversa pós-jogo foi normal, mas é difícil conversar depois de uma derrota no clássico. Cada um tem de saber onde errou, e na quinta temos de fazer tudo ao contrário contra o Coritiba. É o jogo da nossa vida, o jogo do ano – avisou Bruno.

O lateral-direito Artur, que nem vai enfrentar o Coritiba, já que foi expulso, foi ainda mais enfático ao falar sobre o jogo de quinta-feira:

– É matar ou morrer, simples. Temos de vencer de qualquer jeito.
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