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Meia brasileiro que joga na Rússia defende Hulk: 'é monstro em campo'

Globo Esporte

A contratação de Hulk, pelo Zenit, gerou muita polêmica no futebol russo. O motivo foi o alto valor investido no ex-craque do Porto: € 55 milhões (R$ 143 milhões) e o salário do jogador, estimado em R$ 17 milhões por ano. Se as cifras são motivo de discórdia entre os colegas de clube do atacante, nos times adversários a transação milionária é vista com bons olhos por alguns jogadores.

O meia brasileiro Joãozinho, de 24 anos, que joga no futebol russo há dois anos, pelo FC Krasnodar, defendeu a ida de Hulk para o futebol russo e disse que o compatriota ainda fará história no país.

- A contratação causou muito impacto por aqui justamente por causa do valor e pelo salário que ele está recebendo. Muita gente lá de dentro não engoliu muito isso. Mas vale lembrar que o Hulk é um grande jogador. Um monstro em campo. Demonstrou isso no Porto e está mostrando na Selecao Brasileira também. Acho que ele vai se dar muito bem aqui e, na medida em que ele for correspondendo em campo, as coisas irão se acalmar - declarou.

Joãozinho também rechaçou a ideia de que Hulk estaria sofrendo racismo no futebol russo.

- Não acredito nisso. Acho que foi a questão salarial mesmo que gerou esse impacto negativo. Eu particularmente nunca sofri racismo aqui na Rússia. A única situação que eu vi foi quando jogaram bananas para o Roberto Carlos, mas isso me pareceu um fato isolado - destacou Joãozinho.

Trajetória

Joãozinho nasceu em Umbaúba-SE, cidade distante 96 quilômetros de Aracaju. Ele saiu de Sergipe aos 15 anos, sem passar por nenhuma equipe sergipana, e foi jogar na base da Portuguesa, onde ficou até os 19 anos.

Depois de uma boa atuação pelo clube paulista, teve proposta para jogar na Bulgária. Assinou contrato com um dos maiores times búlgaros, o Levski Sofia, onde ficou por três anos.

- Quando cheguei no país estava um clima de 15 graus negativos, era neve demais. Nunca tinha visto isso na minha vida, mas depois fui me adaptando. É um pais bom de se viver e possui uma cultura muito legal. Aprendi a língua de lá e tudo ficou mais fácil para a convivência. Na Bulgária ganhei um campeonato búlgaro e uma copa da Bulgária pelo Levski - afirmou o jogador.

Com o sucesso na Bulgária, apareceu a proposta de jogar no futebol russo. Em outubro de 2010, Joãozinho assinou contrato com o FC Krasnodar, time da primeira dvisão da Rússia. O clube é novo, foi fundado em 2008 e tem sede na cidade de mesmo nome: Krasnodar, onde João vive com sua noiva, a búlgara Tedka Angelova.

- Estava em mais uma pré-temporada na Bulgária quando chegou a proposta do Krasnodar, da Rússia. Então fechei com a equipe no último dia da janela europeia. Estou aqui há quase dois anos e estou muito feliz. O clube tem uma ótima estrutura. O time é novo e ainda não conquistou títulos. Até porque é muito difícil ganhar uma competição aqui na Rússia. O país tem muitos times grandes e o campeonato é muito forte, mas estamos brigando por uma vaga na Liga Europa - ressaltou o jogador.

Na Rússia, Joãozinho conheceu um dos seus maiores ídolos no futebol. Neste mês, o FC Krasnodar enfrentou o Anzhi, que tem como diretor de futebol o brasileiro Roberto Carlos, lateral esquerdo que foi pentacampeão com a Seleção Brasileira. O resultado foi 5 a 2 para a equipe de RC.

Este foi o segundo encontro de Joãozinho com Roberto Carlos. O primeiro foi no ano passado, quando o ídolo ainda estava em atividade pelo time russo.

- É muito legal você poder ver um ídolo do futebol mundial. Pensava que nunca iria vê-lo pessoalmente. Joguei contra ele e até tenho a camisa que ele usou. É uma pessoa normal e humilde - disse.

João possui contrato com o time russo até 2015.

Ele visita sua cidade natal em Sergipe cerca de duas vezes por ano.

- Vou à Umbaúba nos intervalos dos campeonatos. A saudade dos meus familiares e amigos é muito grande. Estou aqui por eles e não posso deixar de visitá-los - destacou o sergipano.

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