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Notícias / Ciência & Saúde

Novo equipamento pode aumentar sucesso de transplantes

Terra

Pulmões para transplante geralmente são preservados a baixas temperaturas antes da cirurgia. Esse procedimento reduz a decomposição do tecido, mas, por outro lado, também pode degradar o órgão em uma operação mais longa. Pesquisadores apresentaram nesta terça-feira um novo equipamento portátil que pode acabar com esse problema. O estudo foi divulgado na revista Lancet.

Cientistas da Alemanha e da Espanha criaram o equipamento portátil que injeta uma mistura de drogas anti-rejeição, vitaminas e hormônios à temperatura corporal (por volta de 37°C) e que, segundo eles, tem potencial para aumentar o sucesso dos transplantes. Esse tipo de equipamento e uso em hospital e clínicas é apenas estático, o que diminui a prática do procedimento - já que ele tem que ser feito no menor tempo possível após a morte do doador. Além disso, essa limitação impedia estudos em larga escala da técnica.

Agora, os pesquisadores europeus testaram o novo equipamento em 12 doadores. Todos os pulmões foram preservados com eficiência com o uso da máquina (chamada de Sistema de Cuidado de Órgão - OCS, na sigla em inglês). Eles afirmam que o próximo passo é o estudo em larga escala.

"A eficácia do equipamento terá que ser provada em testes de larga escala. Contudo, os resultados são muito encorajadores e nós procuramos agora conseguir novos dados em futuras pesquisas com essa excitante técnica", diz Gregor Warnecke, da Escola Médica de Hanover, um dos autores da pesquisa.

"Esses dados iniciais mostram um promissor potencial para o OCS para ajudar a manter os órgãos de pacientes sem batimentos cardíacos por longos períodos de tempo. A preservação por mais de 10 horas de um dos indivíduos do estudo é a mais longa perfusão clínica ex vivo realizada até hoje", diz Javier Moradiellos, do Hospital Universitário Puerta de Hierro, em Madri.

José Borro, do Hospital Universitário La Coruña, partilha da esperança com o equipamento, mas diz que devemos manter o pé no chão. "Os dados no estudo são promissores, mas devemos ser cautelosos com nossas expectativas até os resultados de um grande estudo clínico, o qual pode confirmar a eficácia e segurança desse equipamento."
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