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Notícias / Economia

Presidente da GM do Brasil descarta venda da operação no país

Folha Online

O presidente da GM (General Motors) do Brasil, Jaime Ardila, disse nesta terça-feira que a unidade não vai ser vendida, porque é lucrativa e de interesse do grupo. No mês passado, a montadora italiana Fiat apresentou uma oferta pelas atividades da GM no Brasil e na Argentina, como parte das negociações de compra das filiais europeias da empresa.

Nos últimos dias, no entanto, as subsidiárias da GM na Europa (Opel e Vauxhall) foram vendidas para a canadense de autopeças Magna, a Fiat fechou negócio com a também americana Chrysler e a GM recorreu à proteção do "Capítulo 11" da Lei de Falências americana --o equivalente à recuperação judicial, no Brasil. Hoje, informou ter encontrado um comprador para a marca Hummer.

Em entrevista coletiva para informar a independência da GM do Brasil no processo de recuperação judicial da matriz, Ardila falou sobre as possibilidades de a unidade ser vendida. "Nunca vamos vender. Não há planos futuros para isso, porque a operação é muito atraente para a GM mundial, que precisa ter presença em mercados como China e Brasil", disse.

Atualmente, o Brasil é o terceiro mercado mais importante para a marca, atrás somente dos Estados Unidos e da China, conforme o executivo.

Após uma sequência de quatro anos de prejuízo, a GM do Brasil passou a dar lucros em 2006. Entre 2002 e 2005, a operação brasileira somou prejuízo de cerca de US$ 1 bilhão e recebeu recursos da matriz em três anos. Nos últimos três anos, a empresa teve lucro e não contou mais com aportes do grupo, segundo Ardila.

Na "nova GM", a partir do processo de recuperação judicial, a GM do Brasil também não deverá recursos, assim como não repassará --papel que ficará a cargo dos governos dos EUA e do Canadá, que vão financiar a reestruturação.

Na nova GM, ficam as marcas Chevrolet, Cadillac, GMC e Buic, além das operações no exterior, como a do Brasil. Na "velha GM", ficam Saturn, Saab, Hummer (que já tem comprador) e Pontiac, além das fábricas que vão fechar nos EUA e das dívidas, que totalizavam US$ 60 bilhões.

"A nova GM terá todos os ativos que precisa para operar no futuro. A GM será uma parte na nova GM. A expectativa é que a GM seja altamente competitiva, com foco no cliente, e enxuta. É uma oportunidade histórica para reinventar a GM", disse Ardila.
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