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TRF julga pilotos envolvidos na queda do avião da Gol em MT

De Sinop - Alexandre Alves

 Está na pauta de julgamentos desta segunda-feira (15) do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), o julgamento, em segunda instância, do processo criminal dos pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que comandavam o jato Legacy que se chocou contra o avião da Gol há seis anos, no Nortão de Mato Grosso.

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No acidente – o segundo maior da aviação brasileira - morreram 154 pessoas. Os parentes e amigos pedem Justiça e apelam às autoridades. O desembargador Tourinho Neto, da Terceira Turma Criminal do TRF1, é quem conduz o julgamento. Em abril do ano passado, os pilotos foram condenados em primeira instância pelo juiz Murilo Mendes, de Sinop, e condenados a quatro anos e quatro meses de prisão.

Porém, o juiz substituiu a pena por serviços comunitários prestados nos Estados Unidos e a perda do brevê apenas nesse período. A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 recorreu, na tentativa de reverter a pena. A entidade diz que os pilotos devem ser presos e que os brevês sejam cassados permanentemente para evitar que tragédias se repitam.

O acidente ocorreu em 29 de setembro de 2006, quando o avião da Gol, que fazia o percurso de Manaus (AM) - Brasília (DF), chocou-se com o jato executivo Embraer Legacy 600. Com o choque em uma das asas, o avião da Gol caiu no extremo-norte de Mato Grosso, dentro de uma reserva indígena em Peixoto de Azevedo (700 km de Cuiabá).

Os pilotos norte-americanos sofreram um processo administrativo, pois foram autuados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Os órgãos advertiram que ambos voaram em espaço aéreo de separação vertical reduzida (RVSM) sem autorização, desligaram o transponder e o equipamento TCAS 2, impedindo assim que o avião da Gol percebesse que o jato estava na rota errada e causaria a colisão.

No entanto, parentes informaram que, apesar das advertências, os dois pilotos se mantêm na ativa. Um trabalha na American Airlines e o outro na Excel Aire. A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 foi fundada em 18 de novembro de 2006, em Brasília, pouco depois da tragédia.

Ao completar seis anos do acidente, no dia 29 de setembro, a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 enviou carta à presidenta Dilma Rousseff pedindo o apoio dela, do Ministério das Relações Exteriores e da Câmara dos Deputados para que pilotos norte-americanos sejam punidos. Em trecho do documento, a entidade também faz um apelo às autoridades norte-americanas.

“[Pedimos] providências ao governo americano para cassar os brevês dos pilotos, já que a FAA [Federal Aviation Administration] recusa-se a cumprir o acordo bilateral 21.713, Artigo12, com o Brasil. E, mesmo após seis anos do acidente, os pilotos continuam voando pela American Airlines e Excel Aire”, diz a associação no texto.

A associação faz campanha para promover uma mobilização nacional utilizando as redes sociais Twitter (@rosanegutjhar) e Facebook. Há ainda o site da entidade.

*Com informações da Agência Brasil.
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