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Cerca de 100 gatos abandonados em parque de Campinas serão castrados

Terra

Uma mulher chega todas as noites, por volta da meia noite, e traz a ração para os gatos famintos. O alimento é dividido em porções e depositado por baixo de um dos portões do parque Lagoa do Taquaral, no bairro Taquaral, em Campinas (SP). Apesar de o local estar fechado àquela hora, os gatos surgem do meio da vegetação escura para receber a comida posta em caixas de papelão ou potes plásticos lançados por entre o gradil e o alambrado que cerca o bosque.

"Ela vinha toda noite. Os gatos pareciam que sabiam a hora dela chegar e ficavam esperando", conta o autônomo Hélio de Souza, que trabalhava em um quiosque próximo ao parque. "Ela chegava e os gatos rodeavam", lembra ele.

Hoje, conta o autônomo, a mulher já não é tão assídua em suas visitas noturnas porque outras pessoas também ajudam a alimentar os gatos em outros períodos, como nas manhãs e nos finais de tarde. O excesso de zelo, arrisca ele, provocou, nos últimos meses, o aumento na população de felinos soltos no bosque. A multiplicação, segundo a última contagem, chegou a 130 gatos.

Os bichanos circulam livremente pelo parque. Uns são muitos mansos, outros, bem ariscos e menos amistosos. A Lagoa do Taquaral é um ponto de lazer com lago, pedalinhos, um bonde turístico que circunda a área, ginásio de esportes, piscina, quadras de esportes e uma extensa trilha para caminhadas.

O presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal, Flávio Lamas, disse que a situação chegou a um ponto em que foi necessário agir para conter a proliferação de gatos. De acordo com ele, o elevado número dos bichos no local está relacionado ao fato de que pessoas abandonam os seus animais por ali, e, ainda, às várias ninhadas.

A boa notícia, segundo Lamas, é que a prefeitura fez uma licitação e assinou, no final de setembro, um contrato com uma clínica veterinária particular para realizar 100 castrações de felinos. De acordo com Lamas, muitos dos bichanos já foram castrados por simpatizantes de associações de defesa animal, restando essa outra grande parte de gatos ainda necessitando desta providência.

"Pelo menos uma vez por semana faremos a retirada de 5 a 6 gatos e levaremos para a clínica. Depois, os gatos serão fotografados e entram em um site destinado para adoção", disse ele.

"Aqueles que não forem adotados serão devolvidos ao parque e sem o risco de cruzarem uns com os outros", contou ele. A cirurgia é destinada tanto para gatos machos quanto para fêmeas, e o trabalho pode se estender até o final do ano. O procedimento é simples e rápido e significa um ato de contribuição para a saúde pública.

Além de alimentação de cuidadores de animais, os gatos que permanecem na Lagoa do Taquaral ganharam casinhas que foram instaladas em locais onde eles gostam de ficar. De PVC ou madeira, as casinhas estão localizadas próximas umas das outras e dispõem de pedaços de panos ou jornal.

Lamas contou que foram afixadas 20 placas informativas direcionadas à população alertando que a prática de abandono configura crime e é passível de multa e até de prisão. A segurança da Lagoa conta com guardas municipais que podem deter o suspeito e encaminhá-lo à Delegacia de Defesa dos Animais.
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