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Notícias / Ciência & Saúde

Nilson Santos pede tratamento especial para portadores de hepatites B e C

Da Assessoria

Os portadores de hepatite do tipo viral poderão ganhar atendimento multidisciplinar do Governo do Estado para o controle e tratamento dos diferentes impactos da moléstia, do ponto e vista físico e emocional. A iniciativa é do deputado Nilson Santos (PMDB), que apresentou projeto de lei que dispõe sobre a implantação desse sistema em Mato Grosso. Esse atendimento aos pacientes será feito por uma equipe multiprofissional composta por médicos, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e assistentes sociais.

“Se trata de doenças muito preocupantes e não podemos deixar de lembrar que a saúde é um direito assegurado constitucionalmente. Me preocupa a hepatite C, para a qual não há vacina. A experiência acumulada no estudo dos casos mostra que 80% dos infectados tendem à cronicidade. Desses, 20% dependerão de um transplante hepático para sobreviver”, afirmou o deputado.

Nilson argumenta que o atendimento multidisciplinar deverá abranger a capacitação permanente dos profissionais participantes para que tenham plenas condições de adotar as melhores práticas. Os hospitais, centro de referencias, centros de aplicação assistida e demais unidades estaduais de atendimento médico abrangidos ficam obrigados a se aparelharem com equipamentos, insumos e recursos humanos especializados para darem cumprimento ao dispositivo legal. A equipe multidisciplinar deverá, a partir dos resultados obtidos com os tratamentos práticos e técnicas, produzir documentos que registrem resultados, avanços e comparativos, de modo que o conhecimento possa ser partilhado e multiplicado, ampliando-se a qualidade e a eficiência do tratamento oferecido aos portadores de hepatites virais.

Dados do Ministério da Saúde admitem a existência de 3 milhões de portadores de hepatite C e de 2 milhões de portadores de hepatite B no Brasil. As hepatites C e B progridem de maneia lenta. Cada vez mais constata-se a necessidade da intervenção multidisciplinar no enfrentamento da doença, de modo a assegurar a melhor qualidade de vida aos pacientes infectados, além de contribuir sobremaneira para a adesão ao tratamento. Na interdisciplinaridade encontra-se a segurança de um olhar diferenciado, mais abrangente e cuidadoso.

A atenção holística, ao mesmo tempo em eu permite que o paciente seja visto como um todo, possibilita que aspectos individuais do seu desenvolvimento, ao longo do tratamento, sejam acompanhados. A hepatite C é maior causa de transplante hepático e cirrose no mundo e as mortes decorrentes de suas complicações deverão aumentar significativamente nos próximos anos. A hepatite C é uma epidemia real- considerada a epidemia do século.

Para a hepatite B existe vacina eficaz, mas a vacinação gratuita é assegurada nos postos de saúde a uma determinada faixa etária ou em condições específicas. Assim, a doença segue se alastrando com o histórico de que 15 a 20% dos portadores tornam-se pacientes crônicos e, destes, aproximadamente 20% necessitarão de transplante de fígado.

Nas hepatites virais, o vírus se aloja no fígado e inicia um processo de destruição das células hepáticas. O tratamento é assegurado gratuitamente pelo serviço público de saúde, mas a ação de combate à moléstia é basicamente medicamentosa.

“Mas a hepatite não pode mais ser vistas de maneira isola e estanque”, cita o deputado. Há uma série de questões relacionadas aos efeitos colaterais do tratamento, as co-infecções com o HIV ou entre as hepatites B e C, as co-morbidades, as síndromes, os possíveis distúrbios psicológicos e psiquiátricos. As várias considerações e complicações somadas evidenciam a necessidade de acompanhamento multiprofissional aos portadores de hepatite virais.
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