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Notícias / Meio Ambiente

Pescador encontra fóssil de preguiça gigante em lagoa no Sul do RS

G1

Um fóssil do fêmur de uma preguiça gigante que viveu há cerca de 10 mil anos foi encontrado por um pescador no fundo da Lagoa Mirim, em Santa Vitória do Palmar, na Região Sul do Rio Grande do Sul. A peça arqueológica foi autenticada por especialistas e agora faz parte do acervo do museu da cidade.

De acordo com o diretor do Museu Municipal Coronel Tancredo Fernandes de Mello, o pesquisador Jamil Corrêa Pereira, a preguiça gigante viveu na região durante o período Pleistoceno. Pelas características do fóssil, era de um animal com cerca de seis metros de altura e que pesava cinco toneladas.

“Temos mais material desta espécie, como um crânio encontrado em outro local. O nome científico é Megatherium americanum. Este animal era bastante encontrado no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina”, diz o pesquisador.

O fêmur da preguiça gigante veio preso à rede do pescador Oldemar Borges, de 52 anos. O homem, que vive da pesca há 27 anos, disse que o objeto foi achado em um local conhecido como Pontal das Areias, no último sábado (13).

Conhecido na região como Nenê, o pescador conta que, no mesmo local, há cerca de dois anos, um companheiro encontrou outro fóssil, a parte da mandíbula de um mastodonte, que hoje também está exposta no museu. O elefante pré-histórico estava sem os dentes e, por isso, não foi possível fazer uma análise da sua idade, segundo Jamil.

Santa Vitória do Palmar é considerada um dos maiores sítios paleontológicos do estado. Diversos fósseis já foram encontrados no município. Por isso mesmo, o museu faz um trabalho de conscientização, principalmente com os pescadores da região, para que avisem se encontrarem algum objeto parecido com um fóssil.

“Já vi muito companheiro achar ossos estranhos e jogar de volta na água. A gente não sabia o que era. Agora vamos prestar mais atenção”, diz Nenê.

O fêmur da preguiça gigante será catalogado e, posteriormente, estudado. Uma equipe deve ir de barco até o local onde o material foi pescado para fazer novas buscas por fósseis, principalmente durante o verão, quando o nível da Lagoa Mirim baixa e facilita o trabalho dos pesquisadores.

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