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Mais de 50% dos casais paraenses não formalizam a união

G1

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados do Censo 2010 mostra o aumento do número de pessoas que não são casadas nem no civil e nem no religioso em todo o país. Nos últimos dez anos o número de casais que registravam a união no civil ou no religioso passou de 49,54% para 24,9%. No Pará o estudo revela: 56,6% dos casais vivem em união estável.

Jorlice Marques conheceu o marido na faculdade. Apesar de morarem juntos há mais de dez anos e de estarem esperando o primeiro filho, eles ainda não oficializaram o relacionamento. "A cada ano que passava tínhamos outras prioridades que não o casamento. Priorizamos a cada e depois os estudos, com a pós-graduação. Sempre deixamos para depois", conta a professora.

Casamentos civis e religiosos não são prioridade
dos casais paraenses. (Foto: Suellen Fernandes/G1)

Em um dos cartórios de Belém são realizados cerca de 500 casamentos por mês, mas uma das escreventes afirma que esse número já foi maior e, nos últimos anos, a procura pelo casamento reduziu em 20%. A burocracia e o valor da união no civil podem ter afugentado os casais já que para formalizar a união é preciso desembolsar R$ 140,00 e esperar cerca de 30 dias.

"Além disso, a aceitação da união estável pela sociedade e pela legislação, já que ela se equipara ao casamento, tem acomodado as pessoas", acredita Débora Batista.

De acordo com o IBGE, dos mais de seis milhões de paraenses com mais de dez anos de idade, 2,9 milhões estão em relacionamentos estáveis, sendo que 1,6 milhão deles nunca oficializaram o casamento. O maior grupo nesta situação é dos solteiros. Dos 4,2 milhões que não mantém relacionamentos oficialmente, 1,5 milhão, na verdade estão em convivência marital.

Números
Entre os casais paraenses, 56,6% vivem em convivência marital, mais de 20% são casados no civil e no religioso, cerca de 13% apenas no civil e outros 7% somente no religioso. Dos 1,6 milhão que vivem em convivência marital, 1 milhão, estão nas cidades.

A análise mostra ainda que das 811.077 mulheres maiores de dez anos que vivem em união consensual, 86,5% tiveram filhos que somam mais de 2,1 milhões de pessoas
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