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Aeronáutica localiza no Atlântico componentes do avião da Air France

Folha Online

O ministro de Defesa do Brasil, Nelson Jobim, anunciou nesta quarta-feira que foram localizadas peças internas do Airbus que fazia o voo 447 da Air France, desaparecido desde a noite de domingo (31) no oceano Atlântico. Segundo o ministro, as peças não deixam dúvidas sobre a queda do avião.

"Não há mais dúvida da situação de queda neste local", disse Jobim. O ministro enfatizou que não foram localizados corpos e nem sobreviventes. No total, 228 pessoas estavam na aeronave --12 tripulantes e 216 passageiros de 32 países, entre eles 58 brasileiros, de acordo com a companhia aérea.

Equipes da Aeronáutica avistaram no oceano manchas de óleo, peças metálicas, objetos azuis triangulares e objetos brancos --que seriam da parte interna da aeronave.

Segundo o ministro, foram avistadas duas trilhas de destroços, espalhados por uma grande área. As buscas ocorrem em um raio de 200 km do primeiro ponto de localização dos destroços, na terça-feira (2).

Jobim afirmou que as manchas de óleo localizadas no oceano indicam que a aeronave não explodiu. Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

O comando da Aeronáutica informou que está adaptando a base operacional de Fernando de Noronha e do Cindacta 3 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), em Recife, para receber os destroços do avião. O governo federal também mobilizou o governo pernambucano para que envie para o Cindacta 3 equipes médicas especializadas em identificação humana --como médico legista e papiloscopistas. 

O Airbus decolou por volta das 19h do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris e fez o último contato com o comando aéreo brasileiro por volta das 22h30 de domingo.

Reportagem de Alan Gripp e Igor Gielow publicada na edição desta quarta da Folha mostra que o Airbus A330-200 voava abaixo da altitude que deveria no momento em que foi registrado pela última vez pelo comando aéreo brasileiro. O motivo para isso é desconhecido.

Mensagens recebidas pela empresa na França apontam que o avião sofreu uma queda livre. A origem dessa informação é a revista virtual "Aviation Herald", especializada em acidentes aéreos.

Dificuldades

O ministro da Defesa afirmou ontem que o Airbus da Air France caiu a aproximadamente 400 milhas (740 km aproximadamente) do arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Segundo ele, a caixa-preta pode estar situada em uma "profundidade que varia entre 2.000 e 3.000 metros" no oceano Atlântico, o que dificulta o resgate.
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