Imprimir

Notícias / Mundo

Jurista iraniano pede impugnação da candidatura de Ahmadinejad

EFE

Um jurista iraniano pediu ao Conselho dos Guardiães da Constituição que reveja a candidatura à reeleição do presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, depois que este foi à TV e fez uma série de acusações contra os ex-chefes de Estado Ali Akbar Rafsanyani e Mohamad Khatami. A eleição presidencial acontece no dia 12 de junho.

Durante o debate eleitoral desta quarta-feira (3), promovido pela televisão estatal, Ahmadinejad disse que Rafsanayani desejou o fracasso da atual Presidência e que os filhos dele estão envolvidos em crimes de fraude e corrupção.

O presidente em fim de mandato afirmou ainda que Rafsanayani, o ex-chefe de Estado Mohamad Khatami e o atual candidato reformista à Presidência, Mir Hussein Mousavi, fizeram um complô para impedir sua reeleição.

Segundo o jurista Nemat Ahmadi, as denúncias de Ahmadinejad violam a Constituição e impugnariam a candidatura do presidente. "O que Ahmadinejad disse ontem à noite é claramente contrário à Constituição. Todos os que citados por ele poderiam entrar com ações legais contra ele", disse Ahmadi à agência de notícias local LNA.

O presidente não poupou nem a mulher de Mussavi, Zahra Rahnavard. Segundo Ahmadinejad, ela se intitularia doutora em artes, mas nunca passou numa prova.

Esta manhã, Rafsanayani pediu à TV estatal direito de resposta e disse que as acusações feitas pelo presidente são "infundadas".

Por sua vez, o líder supremo da Revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei, pediu aos candidatos que evitem difamar seus oponentes para conseguir votos. Numa velada crítica a Ahmadinejad e a Mussavi, principal concorrente do candidato à reeleição, a máxima autoridade do Irã afirmou que seu voto é pessoal e que os iranianos devem optar por quem for mais convincente.

"Não é decente para um candidato recorrer ao ataque contra outro num debate para tentar se destacar", disse Khamenei numa cerimônia em lembrança aos 20 anos da morte do fundador da República Islâmica, aiatolá Ruhollah Khomeini.

Eleição

Cerca de 46 milhões de iranianos com 18 anos ou mais podem votar no dia 12. Os reformistas dizem acreditar que, se o comparecimento às urnas for alto, o grupo pode sair vitorioso da eleição. Porém, eles acusam a mídia iraniana de não dar atenção para a eleição, o que inviabilizaria a mobilização dos eleitores.

Antes do início da campanha eleitoral, 475 iranianos entraram com pedidos de candidaturas no Conselho dos Guardiães, entre os quais 42 mulheres. Mas apenas quatro candidatos foram aprovados: além de Ahmadinejad e Mussavi, o ex-presidente do Parlamento, o reformista Mehdi Karubi, e o ex-líder dos Guardiões da Revolução, Mohsen Rezai.

Em teoria, todo iraniano pode ser candidato à Presidência. Porém, de acordo com o conselho, só são efetivadas candidaturas de "personalidades religiosas e políticas" e "fiéis aos princípios da República Islâmica e adeptos da religião oficial do país", o islamismo xiita.
Imprimir