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Notícias / Economia

Apesar de queda nas vendas, uso da capacidade instalada da indústria avança

EFE

A indústria brasileira aumentou em abril o uso de sua capacidade instalada de produção apesar de ter registrado no mesmo mês indicadores negativos em vendas e emprego, informou hoje a patronal do setor.

Segundo números divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor utilizou em abril 79,2% de sua capacidade instalada, contra 78,8% de março.

A CNI explicou que esse aumento do uso da capacidade produtiva em meio a uma conjuntura negativa é uma demonstração de que os estoques que as empresas tinham acumulado já começam a se esgotar.

A indústria reduziu fortemente sua produção desde o último trimestre do ano passado, como consequência da crise econômica global, que diminuiu a demanda externa e esgotou o crédito.

As empresas vinham distribuindo tanto interna como externamente parte da produção que tinham acumulado em seus depósitos, mas essas reservas já chegaram a níveis mínimos, segundo a CNI.

Apesar do uso do parque industrial ter aumentado ligeiramente em março e abril, ainda está muito longe dos níveis em que operava antes de a crise econômica global se agravar, em agosto do ano passado.

Em abril de 2008, a indústria brasileira chegou a utilizar 83% de sua capacidade produtiva, um recorde para o setor.

Segundo a patronal, o resultado mostra um "processo de transição" da indústria após a "queda abrupta da produção no quarto trimestre do ano passado e antes de uma recuperação ainda não muito bem delineada".

O gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flavio Castelo Branco, assinalou que os números da indústria em abril mostram que ainda não há uma solidez na trajetória de recuperação econômica e que para os próximos meses ainda se deve esperar uma alternância entre variáveis positivas e negativas.

Segundo a CNI, o faturamento da indústria brasileira em abril foi 1,9% inferior à de março deste ano e 10,7% menor que a do mesmo mês de 2008.

O número de empregos oferecidos pela indústria caiu pelo sexto mês consecutivo, após recuar 1,1% em abril frente a março, a maior queda mensal desde 2003.

A quantidade de empregos em abril acumula uma queda de 5,3% em comparação com a de outubro do ano passado e de 2% em relação a janeiro deste ano.
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