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Notícias / Meio Ambiente

Ribeirinhos pretendem 'soltar' 3,4 milhões de tartarugas no Rio Guaporé

G1

Entre setembro e outubro, milhares de tartarugas deixam a proteção dsa águas do Rio Guaporé, em Costa Marques, RO, e em bando fazem o reconhecimento do local para desova nas praias. Para evitar um possível sumiço da espécie, os participantes do Projeto Quelônios do Guaporé fiscalizam a ‘praia’ para localizar onde os ovos foram depositados e protegê-los.

Quando o sol esquenta pela manhã, as fêmeas saem do rio e ficam na margem por um longo tempo até se sentirem seguras de ir para areia em busca de um local para desovar. A cerimônia da desova tem a duração entre quatro e seis horas. As fêmeas cavam buracos de mais de um metro de profundidade para esconder o ninho, onde deposita de 60 a 120 ovos cada vez. Após isso, ela cobre tudo com areia e volta para o rio.

O ritual de desova atrai animais carnívoros, como a onça pintada que consegue comer uma tartaruga adulta. Por estes répteis terem um casco muito resistente, nem mesmo o jacaré-açu consegue romper a proteção das tartarugas. Por deixarem rastros na areia na volta para o rio, o caminho das tartarugas denuncia onde está localizado exatamente cada ninho, chamando atenção de predadores.

O que preocupa os envolvidos no projeto de proteção dos quelônios é o próprio homem, que costuma pegar os ovos e vender na cidade. Os caçadores conseguem arrecadar até R$ 120 na venda de uma tartaruga fêmea adulta, que tem mais de um metro de diâmetro.

“Aqui na praia que a gente [do Projeto Quelônios do Guaporé] cuida, o número de pessoas que vem capturar é reduzido, no entanto nas demais praias, não há mais desova”, conta o coordenador do projeto, Zeca Lula.

Os ribeirinhos que participam do projeto percorrem as praias para localizar e identificar os ninhos onde foram depositados os ovos dos quelônios. “A gente marca o local com a data de hoje e daqui a 60 dias, que é o período quando os filhotes nascem, nós os recolhemos”, explica o ribeirinho Manoel Prado.

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