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Leia reações ao discurso de Obama no Oriente Médio

G1

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sugeriu em discurso nesta quinta-feira no Cairo "um novo começo" entre os Estados Unidos e os muçulmanos de todo o mundo, e afirmou que "o ciclo de suspeitas e discórdia precisa terminar".



Obama disse ainda que os Estados Unidos "não estão nem nunca estarão" em guerra contra o Islã, mas advertiu que seu país fará de tudo para enfrentar extremistas que representem uma ameaça à segurança do país.



Leia abaixo as reações de governantes e representantes pelo Oriente Médio:



Governo de Israel



"O governo israelense expressa sua esperança de que o importante discurso do presidente Obama leve a uma nova era de reconciliação entre o mundo árabe e muçulmano e Israel.



Dividimos a esperança com o presidente Obama de que o esforço americano vai sinalizar uma nova era que trará fim ao conflito e ao reconhecimento pan-árabe de Israel como Estado judeu, vivendo em segurança e paz no Oriente Médio.



Israel está comprometido com a paz e fará o máximo para expandir o círculo de paz, levando em consideração seus interesses nacionais, segurança em primeiro lugar."



Amr Moussa, presidente da Liga Árabe



"O discurso foi equilibrado e ofereceu uma nova visão da reaproximação no que diz respeito às relações com Estados islâmicos."

"(O discurso indica que os Estados Unidos) vão lidar com as questões da região com um senso de equilíbrio. Isso inclui a questão palestina, o fim dos assentamentos israelenses e os direitos palestinos, que precisam ser respeitados."

Porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas

"A parte do discurso de Obama relativa à questão palestina é um passo importante em direção a um novo começo. Mostra que existe uma política americana nova, diferente, em relação à questão palestina."

Ayman Taha, porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza

"Falar a respeito de uma política de guerra contra o extremismo e do trabalho para a criação de dois Estados para as pessoas nas terras palestinas não é diferente da política de seu predecessor, George W. Bush."

Porta-voz do governo do Iraque



"O discurso foi histórico e importante e reflete uma direção positiva para o novo governo (em Washington) e é um novo começo. O uso de palavras do Alcorão tem um papel importante em uma mudança positiva, mas existe a necessidade de ação.

O governo do Iraque está confortável com a clareza do presidente no respeito aos compromissos com o Iraque e o cronograma para retirada estipulado no pacto de segurança. Acredito que existe o apoio pelo direito ao Estado palestino e seu direito à vida, mas os árabes estão esperando que (os Estados Unidos) exerçam pressão em Israel para que eles parem com suas violações na Faixa de Gaza e na Cisjordânia."

Hassan Fadlallah, legislador do Hezbollah no Líbano

"O mundo islâmico não precisa de sermões morais ou políticos. Precisa de uma mudança fundamental na política americana, começando com a suspensão do apoio à agressão israelense na região, especialmente contra libaneses e palestinos, uma retirada americana do Iraque e do Afeganistão e a suspensão de sua interferência nos negócios de países islâmicos.

Não vimos nenhuma mudança na política americana em relação à causa palestina."

Abdulah Abu Yusuf, do grupo islâmico moderado somali Ahlu Sunna Waljamaca

"O discurso de Obama é bom, e Islã significa paz. Obama, vamos seguir os versos que você citou do Alcorão. A Al-Qaeda interpretou errado o Islã e se transformou no inimigo da humanidade.

O Islã pede para deixar todas as nações viverem em paz e deixar as caóticas serem punidas. O Islã não ordena que ninguém destrua mesquitas e igrejas. Ocidentais, a Al-Qaeda é uma bomba que vocês plantaram - vamos removê-la juntos."

Mohammad Marandi, chefe do Departamento de Estudos Americanos na Universidade de Teerã

"No que diz respeito ao Irã, o tom é significativamente mais positivo do que antes, comparado com o governo americano anterior, apesar de ainda ser negativo em alguns aspectos.

Mas acredito que os iranianos, junto com o povo da região, esperam a mesma mudança que Obama prometeu ao povo americano para políticas americanas no Oriente Médio também.

Os Estados Unidos precisam mudar. Falar não é o bastante. Enquanto o racismo e o apartheid continuarem a existir na Palestina, não haverá paz na região."

Javier Solana, representante de Política Externa da União Europeia

"Foi um discurso extraordinário, um discurso que, certamente, vai virar uma nova página nas relações com o mundo árabe-muçulmano, espero, nos problemas que temos em várias partes da região."

Eric Goldstein, organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch

"Em termos de direitos humanos, teve muitos pontos recomendáveis... mas foi decepcionante, quando ele falou sobre democracia no mundo muçulmano, o fato de ele não ser mais específico a respeito de alguns dos problemas.

Não esperava que ele destacasse o Egito, que foi o país anfitrião (do discurso), mas ele deveria ter falado, por exemplo, do estado de emergência que está em vigor há 30 anos. E não apenas no Egito, mas em outros países. Ele poderia ter falado sobre a prisão de dissidentes."

Randa Achmawi, editor de diplomacia para o jornal egípcio Al-Ahram Hebdo

"Pela primeira vez, os Estados Unidos estão adotando uma estratégia muito sábia ao reconhecer o outro, e isso estava claro em cada palavra escolhida pelo presidente Obama.

Neste contexto, em que vemos um governo israelense que recusa os princípios mínimos da solução de dois Estados, ele deixou claro a opinião americana... Não há nada inovador."
 

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