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Aprovados na Unicamp estudarão em 'cidade' com 50 mil habitantes

G1

O estudante que for aprovado em um dos cursos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no campus de Barão Geraldo em 2013 vai estudar em uma 'cidade' com movimento diário de 50 mil pessoas e uma frota de 35 mil veículos. A 22ª colocada no ranking das universidades com menos de 50 anos, segundo o QS World Universities, organização internacional que avalia o desempenho de instituições de ensino, a Unicamp fechou 2011 com 1.727 docentes e 17.650 estudantes matriculados na graduação, sendo 2.284 formandos.

Na pós-graduação, mestrado, doutorado e especializações, os números chegam a mais 26.869, segundo dados da universidade. O campus, instalado no distrito mais populoso de Campinas, terceira maior cidade do estado de São Paulo, com 1,08 milhão de habitantes, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode ser comparado a alguns municípios de porte médio, não só pela população mas também pelos quase três milhões de metros quadrados de área.

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Como em algumas cidades, um dos problemas enfrentados é a violência, como casos de roubos de veículos e caixas eletrônicos instalados em agências e unidades da instituição. O pró-reitor de desenvolvimento universitário, Roberto Rodrigues Paes, explica que a segurança do campus, incluindo os estacionamentos, é feita pelo Serviço de Vigilância Interna, que reúne 215 profissionais que utilizam 11 carros e 11 motocicletas, mas que visam principalmente a preservação patrimonial.

O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário ressalta ainda que R$ 3 milhões foram investidos no sistema de monitoramento por câmeras, que reduziu a criminalidade no campus.

Educação
Na área educacional, a instituição planeja chegar próximo da casa de um milhão de títulos impressos disponíveis nas bibliotecas espalhadas pelo campus. De acordo com o diretor do Serviço de Apoio ao Estudante (SAE), professor Leandro Medrano, o Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) recebeu R$ 9,2 milhões do Programa FAP-Livros, mantido pela Fapesp, que resultarão na compra de mais 75 mil títulos, a maioria deles editada no exterior. Hoje, o acervo é de 843.553 unidades, mais 252.318 e-books.

Ainda segundo Medrano, 12% do custeio da universidade são destinados à assistência estudantil. Este ano, a verba para programas de assistência e permanência foi de R$ 33 milhões. Entre os programas estão incentivos como a Bolsa Auxílio Social (BAS), com valor de R$ 550,31, que chega a R$ 670,31 com o acréscimo do vale-transporte e alimentação. O aluno participa de atividades sociais ou ligadas à sua área, com orientação de professores e outros profissionais.

Também foram criadas a Bolsa Auxílio ao Ensino e Aprendizagem (BAEF), no valor de R$ 733,00, para quem já completou a metade do curso; Bolsa ProFis, no valor de R$ 670,00 para todos os alunos do Programa de Formação Interdisciplinar Superior; Bolsa Auxilio Social e Iniciação Científica (BAS-IC), que complementa bolsas de iniciação científica concedidas pela (Fapesp) e CNPq, totalizando R$ 680,00; e a Bolsa Auxilio Instalação, no valor de R$ 300,00, destinada a auxiliar nas primeiras despesas do estudante que acaba de chegar a Campinas.

Para o ano de 2013, estão em andamento 60 obras, que envolvem desde a melhoria de instalações, equipamentos dos laboratórios e climatização de ambientes. As obras, iniciadas entre 2009 e 2011, totalizam R$ 6,5 milhões em investimentos, segundo o pró-reitor de graduação, Marcelo Knobel.

Reformas
Em andamento estão a reforma e ampliação das faculdades de Engenharia Mecânica, Engenharia Química e Engenharia Civil, ampliação do ginásio e uma nova piscina para a Faculdade de Educação Física, a conclusão do prédio 3 na Faculdade de Engenharia Agrícola, salas de aula e laboratório na Faculdade de Engenharia de Alimentos e prédio para o curso de farmácia na Faculdade de Ciências Médicas, além da reforma da área de anatomia do Instituto de Biologia e da área clínica na Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

Uma verba de R$ 7,5 milhões vai possibilitar a construção do Ciclo Básico 3 (CB3), onde serão instalados laboratórios que serão usados por todos os cursos da graduação. A Praça Central do campus de Campinas também está em reforma e terá espaço para atividades artísticas.

O estudante Matheus Giovanni na Praça Central
(Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)

No Instituto de Artes, será entregue em 2013 o Teatro Escola, orçado em R$ 11,5 milhões. O aluno do curso de Economia Matheus Giovanni, de 20 anos, gosta do campus de Campinas, mas ressalta que não há muita convivência entre alunos de diferentes cursos. “A maior integração ocorre nas festas”, avalia o estudante. Ele lembra que muitos alunos de fora de Campinas ficam sem atividades de lazer e cultura no fim de semana na universidade. Sobre este assunto, a Unicamp não se pronunciou.

O campus da Unicamp no distrito de Barão Geraldo ainda conta com restaurantes, lanchonetes e bancos. Como em muitas cidades, uma feira livre ocorre nas quartas e quintas-feiras, onde são vendidos alimentos prontos e artesanato. A feira funciona nas proximidades do Ciclo Básico.

Moradia
Alvo de críticas dos alunos por causa das más condições de conservação e por não atender a todos que necessitam do benefício, o Programa de Moradia Estudantil (PME) é voltado para alunos de baixa renda. O Serviço de Apoio ao Estudante (SAE) informou que nenhum estudante com renda per capita familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo deixa de ser atendido. A universidade ressalta ainda que em situação de emergência, concede auxílio-moradia para o pagamento de aluguel.

Ainda sobre as moradias, a Unicamp informou que no ano passado os programas de apoio ao universitário contaram com recursos de R$ 30 milhões, correspondendo a 12%, do orçamento do custeio da universidade no período. Só com moradia foram gastos R$ 3 milhões incluindo reformas e outros benefícios.
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