Imprimir

Notícias / Educação

Ensino de dança na rede pública está engessado, diz coreógrafo

R7

O mestre em políticas sociais, educador, coreógrafo e fundador da Cia. Gente (movimento de articulação entre artistas, educadores e outros profissionais), Paulo Emílio Azevedo, disse nesta sexta-feira (9) que o ensino de dança na rede pública está engessado, com a ausência de pesquisas de linguagem, sem transformar o potencial apresentado pelos alunos em produto artístico. Azevedo participou de um encontro no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica com 20 professores da rede pública do Rio durante o 21º Festival Panorama.

— Eu mostrei a eles o exemplo de alguns trabalhos pedagógicos que, a partir do funk, levam a uma discussão sobre linguagem corporal. A escola deve abraçar a diversidade estética.

Chamado por Azevedo de “provocação”, o encontro teve como objetivo refletir sobre a prática de cada um dos professores na educação artística, em particular no ensino da dança.

— Foi muito importante porque revelou as diferenças que existem em cada escola. Em algumas, os grupos de dança formados pelos alunos têm maior autonomia, em outras não. Em outros casos, a dança existe como atividade lúdica nas próprias aulas de educação física.

Leia mais notícias de Educação

Segundo Azevedo, os participantes mostraram-se interessados na realização de outros encontros como o de hoje, independentemente do festival. Os professores de dança e de educação artística da rede pública também receberam ingressos para espetáculos do Panorama 2012.

Estreitar os laços entre a dança contemporânea e a educação é uma das preocupações do Panorama 2012, que parte da ideia de que a escola deve ser um lugar de formação artística. O festival está em cartaz desde o último dia 2 em doze palcos do Rio de Janeiro e vai até o próximo dia 18.

Mais de 30 artistas trazem à cidade diferentes linguagens e nacionalidades. Além de espetáculos de dança, que são o foco do evento, a programação abrange performances, exposições, instalações, intervenções em espaços públicos e shows com músicos, performers e DJs.

O festival, que chega aos 21 anos como um evento internacionalmente reconhecido no universo da dança, tem patrocínio de empresas públicas e privadas e apoio da Fundação Nacional de Arte (Funarte) e da Secretaria Estadual de Cultura. Além do Centro Hélio Oiticica, os espetáculos e demais atividades são realizados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Caixa Cultural e teatros Nelson Rodrigues, João Caetano, todos no centro da cidade, Oi Futuro, Centro Sergio Porto e Parque Lage, na zona sul, e Teatro Armando Gonzaga, na zona norte do Rio.
Imprimir