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Notícias / Ciência & Saúde

Artista com o corpo paralisado cria obras de arte usando apenas os olhos

G1

Uma artista plástica inglesa diagnosticada há 12 anos com uma doença neurológica que deixou seu corpo paralisado do pescoço para baixo cria quadros usando apenas os olhos. As informações são do site do jornal britânico "Daily Mail".

Sarah Ezequiel, de 46 anos, utiliza um computador que rastreia, por raios infravermelhos, seus movimentos oculares e permite que eles controlem o mouse por meio de piscadas ou olhares fixos. A artista conta que se inspira em imagens que descobre na internet ou que mandam para ela.

A mulher, que é mãe de dois filhos adolescentes e vive no norte de Londres, também usa essa tecnologia para falar, enviar e-mails, marcar consultas e contatar amigos e familiares.

A britânica agora já tem sua própria exposição de pinturas e está vendendo as obras, cuja arrecadação é destinada à organização sem fins lucrativos que ela fundou para ajudar pessoas que também precisam desse sistema, chamado Tobii Eyegaze e disponível por cerca de R$ 10.400. Atualmente, apenas cem pessoas no país têm o aparelho.

No futuro, o Tobii Eyegaze poderia ajudar milhares de pessoas que sofreram lesões na medula espinhal a se tornar mais independentes. Só no Reino Unido, estima-se que 5 mil pacientes tenham essa doença do neurônio motor, e cinco morram todos os dias.

Segundo Sarah, quando o diagnóstico dela saiu, em abril de 2000, seu mundo ficou "despedaçado", o casamento acabou e, como ela não podia mais cuidar dos filhos, entrou em depressão profunda.

"Agora sou totalmente dependente dos cuidados de terceiros, para tudo. Nunca poderia esperar que minha vida mudasse de forma tão trágica, e levou anos para eu ver algo positivo nessa situação", diz a artista, que antes trabalhava como secretária e tinha as telas como hobby.

Sarah afirma, porém, que se levantou do fundo do poço e acredita que, se ela conseguiu isso, qualquer um pode.

"Já tive artigos publicados, fiz apresentações para profissionais da saúde, produzi dois filmes, participei de várias sessões de fotos e tive meu autorretrato pintado. Meu objetivo é aumentar a conscientização sobre a doença até que a cura seja encontrada", diz.
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