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Filho testemunha contra o pai que mandou matar irmãos segue sumido

Da Redação - Victor Cabral

A principal testemunha no julgamento do empresário Silas Caetano de Farias, de 72 anos, acusado de mandar matar três dos quatro filhos, continua desaparecida. Jassan Thiago Rosa Jorge, 33 anos, que também foi alvo do pai, está entre as testemunhas de acusação. 

 Rapaz some antes de depor contra pai que mandou matar três filhos

O empresário vai ao Tribunal do Júri dia 30 deste mês pela morte de um dos filhos, Marcelo Dias dos Santos. Jassan sobreviveu a um atentado, que teria sido encomendado pelo próprio pai, e relatou todos os crimes cometidos por Silas para a polícia.

O rapaz sumiu sem deixar pistas dia 11 de setembro deste ano e deste então não entra em contato com a mãe, Dirce Rosa, de 54 anos. Ela diz que tenta ligar no número de celular do filho, mas não consegue contato. “Ele não ficaria todo esse tempo sem me ligar”, desabafa a mãe com a voz trêmula. 

 Pai acusado de mandar matar os próprio filhos vai a júri popular

Dirce disse ao Olhar Direto que o filho não ficaria sem dar notícias só para ficar sem testemunhar contra o próprio pai. Ela não afirma que o sumiço do filho esteja relacionado ao fato dele ser uma das testemunhas do julgamento. “Eu estaria julgando, mas ao mesmo tempo tenho medo”. Porém, ela diz que o filho chegou a chama-la para deixar a cidade. “Eu perguntei se ele estava sendo ameaçado, mas ele desconversou e só falava que era para a gente deixar Cuiabá e que só iria se fosse comigo”, relata.

A mãe do rapaz alega que ele começou a apresentar um comportamento diferente depois de visitar o pai no presídio, onde aguarda pelo júri popular. “Desde então ele não foi mais o mesmo. Ele até parecia estar com síndrome do pânico”,

Ao filho Dirce disse que não poderia sair de Cuiabá porque ainda não se aposentou. “Sou servidora pública e só me aposento em março do ano que vem”. No dia do desaparecimento ela disse Jassan estava transtornado. Com um raio-X ele dizia que tinham colocado algo em sua cabeça. “Eu não via nada, mas ele insistia em dizer que tinham colocado coisas na cabeça dele”.

Crimes começam em 2004 e Jassan sofre atentado em 2009

O atentado contra Jassan Thiago Rosa Jorge aconteceu em março de 2009, quando foi atingido por sete tiros. O pai dele, Silas Caetano de Farias, é suspeito de ter encomendado o crime.

Os crimes começaram em 2004. Segundo denúncia do Ministério Público, Marcelo Dias dos Santos, um dos filhos do acusado, estava em frente ao seu lava-jato falando ao celular e foi alvejado por diversos disparos de arma de fogo.

Um pistoleiro teria sido contratado pelo idoso, que culpava o filho por um assalto que teria sofrido quando saía de casa para depositar R$ 20 mil.

Marcelo foi atingido no tórax, mas não morreu instantaneamente e pediu ajuda à sua companheira, que estava na casa localizada em frente ao estabelecimento comercial. Em seguida, o pistoleiro se aproximou e efetuou mais um tiro, dessa vez na cabeça.

Em 2005, o irmão dele, Jorge Luiz Pufal Salomão, foi encontrado morto próximo à Ponte de Ferro, em Cuiabá. O próprio filho dizia que se algo acontecesse com ele o culpado seria o pai.

No ano seguinte, o outro filho, Érico Puffal de Farias, foi morto, supostamente como "queima de arquivo", já que ele seria a principal testemunha dos crimes cometidos pelo empresário.
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