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Notícias / Economia

Líder em suco de laranja, Brasil patina em exportação de fruta de mesa

AE

Líder mundial em exportação de suco de laranja, o Brasil ainda patina nas vendas externas de fruta fresca de mesa. Se fosse encarado, o mercado internacional, mesmo fechado e exigente, com barreiras sanitárias e comerciais, poderia mais que dobrar o ganho do produtor, de acordo com avaliação de David Ferreira, consultor de citros Skill Consultoria Empresarial feita durante na Semana da Citricultura, em Cordeirópolis, no interior paulista.
Das cerca de 400 milhões de caixas de 40,8 quilos de citros produzidas anualmente no País, apenas 0,3% são exportadas e 70% do restante é destinado à produção de suco de laranja, com outros 30% indo para o mercado interno. "Há um potencial enorme para a exportação, basicamente quando cessa a produção nos mercados consumidores externos, mas a citricultura de mesa não tem destaque no Brasil", disse Ferreira.

O primeiro passo para mudar esse cenário seria a seleção de pomares exclusivos para o plantio de frutas aptas a serem exportadas, ou seja, com uma qualidade visual excelente. "A qualidade visual da fruta brasileira é ruim, pois a aptidão da laranja é para suco", disse. "Hoje a fruta destinada à exportação é escolhida nos mesmo pomares das destinadas à produção de suco, o que acaba até encarecendo o produto, já que é necessária uma seleção planta a planta", completou o consultor.

Segundo ele, a fruta brasileira é apenas a quinta em qualidade para o consumo in natura entre os países exportadores, atrás, respectivamente, de África do Sul, Argentina, Chile e Uruguai. Isso faz com a que fruta brasileira tenha um preço 60% menor que o da produzida na África do Sul no mercado internacional.

Além de áreas exclusivas, o produtor terá de investir mais no trato de um pomar específico para exportação de frutas frescas, bem como no controle da fruta até o embarque, um processo que precisa ser integrado. Mas, de acordo Ferreira, o esforço compensa. "Com uma fruta de boa qualidade para a exportação, o produtor ganha até 86% a mais do que vendê-la para o mercado interno e até 131% se comercializá-la indústria", concluiu.
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