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Notícias / Informática & Tecnologia

Acusado de transmitir estupro pela internet é preso nos EUA

G1

Um homem foi preso nesta segunda-feira (1) após supostamente usar uma webcam para transmitir online imagens de si mesmo no momento em que violentava sua namorada, enquanto ela estava inconsciente, informou a polícia do Arizona, nos Estados Unidos.

Johnathan Richard Hock, de 20 anos, enfrenta acusações de agressão sexual, sequestro e gravação oculta, de acordo com documento do tribunal local obtido pela "ABCNews.com".

A vítima, que também tem 20 anos, contou aos policiais que namorava Hock há duas semanas, e que teve conhecimento da agressão depois de receber várias mensagens de seus amigos. A mulher não teve seu nome divulgado pela polícia.

Depois de ser informada sobre o vídeo, que teria sido feito em 26 de fevereiro, a mulher disse às autoridades que entrou em dois sites nos quais o vídeo teria sido postado - "Stickam.com" e "Stickydrama.com" -, e encontrou imagens "de Johnathan Hock deitado ao lado dela, que aparecia nua da cintura para baixo", de acordo com a declaração.

Steven Fruchter, diretor executivo do site de compartilhamento de vídeos "Stickam.com", um dos que transmitiu o estupro ao vivo pela internet, disse nesta quarta-feira (3) que a companhia está cooperando com a polícia.

"Nossa investigação, embora ainda em curso, indica que a equipe que monitora o site baniu a conta da pessoa presa, e que a transmissão foi imediatamente interrompida assim que [a equipe] foi avisada", afirmou Fruchter, acrescentando que foi a primeira vez que um incidente do gênero atingiu o site.

A polícia informou ao jornal "The Arizona Republic" que as investigações levam a crer que Hock possa ter realizado atos semelhantes anteriormente.

Para o jornal britânico "Guardian", embora crimes sexuais já tenham vindo à tona antes pela internet - geralmente como parte de investigações para prender integrantes de grupos de abuso sexual e pedofilia - o maior uso dos serviços de streaming de vídeo vem tornando mais fácil tanto a divulgação desses atos pelos próprios criminosos, como também a prisão deles.

Embora seja comum que jovens gravem vídeos de seus crimes para publicá-los na internet, este caso pode estar levando o problema a um novo patamar, disse Parry Aftab, diretor executivo do WiredSafety.org, ao jornal "East Valley Tribune".

"É a primeira que tenho conhecimento de um estupro transmitido online em tempo real", disse Aftab, que atua há 14 anos no setor de segurança na internet.

Aftab disse ainda que muitos jovens que postam vídeos de si mesmos ou transmitem suas imagens ao vivo na internet são motivados pelo aumento da sua popularidade a fazer coisas que normalmente não fazem. "Trata-se de seus 15 megabytes de fama. Eles são movidos por seu próprio reality show", avaliou Aftab.
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