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Jornal pró-reformista iraniano reaparece após dois fechamentos

Folha Online / EFE

O jornal pró-reformista iraniano "Yas-e Now" realizou neste sábado uma nova tentativa de reaparecer, quase três semanas depois de as autoridades o fecharem pela segunda vez.

A nova edição tinha uma foto do candidato independente pró-reformista Mir Hossein Mousavi na primeira página e a manchete "Impacto após o debate", em referência à discussão em rede nacional dele com o presidente, Mahmoud Ahmadinejad, na última quarta-feira (3).

Ambos trocaram acusações, mas Ahmadinejad foi mais agressivo ao acusar de complô e corrupção os ex-presidentes Ali Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997) e Mohammad Khatami (1997-2005), além de altos funcionários de suas administrações e da do próprio Mousavi, que foi primeiro-ministro entre 1981 e 1989.

O "Yas-e Now" voltou a circular a menos de uma semana da eleição presidencial iraniana. A publicação foi vetada pela primeira vez em 18 de fevereiro de 2004, em plena ofensiva do Poder Judiciário contra as forças progressistas então lideradas por Khatami.

A publicação tentou reaparecer em 16 de maio, mas acabou fechado novamente em menos de 24 horas a pedido do juiz Said Mortazavi, fiscal do tribunal geral e revolucionário de Teerã e responsável direto pelo fechamento da publicação, há seis anos.

Ele entrou com um processo alegando que, na sua opinião, deveria ser informado antes de a publicação reaparecer.

O poder Judiciário iraniano fechou dezenas de publicações durante os oito anos do Governo de Khatami, que se queixou de obstrução ao seu programa de reformas.

Com a chegada de seu sucessor, o conservador Mahmoud Ahmadinejad, a repressão à imprensa cresceu.

A organização de defesa dos jornalistas "Repórteres sem Fronteiras" considera o Irã um dos principais "predadores" mundiais da profissão.


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