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Coxinha diz estar tranquilo após condenação de Macarrão e Fernanda

G1

O webdesigner Wemerson Marques de Souza, conhecido como Coxinha, será julgado, em data ainda a ser marcada, sob a acusação de que teria ajudado a esconder o filho de Eliza Samudio, Bruno, quando ela era assassinada. Ao G1, ele disse que está “tranquilo” de sua inocência e que está tentando retomar a rotina de sua vida longe dos holofotes do caso.

Coxinha era sócio de uma empresa de brindes quando o crime ocorreu e amigo do ex-goleiro Bruno Fernandes, que será julgado em março de 2013. Recentemente, ele vendeu sua participação na empresa e montou outra, que presta serviços gráficos e de montagem de páginas de internet. O escritório funciona na região central de Belo Horizonte, onde trabalha diariamente. A sede do escritório funciona em uma pequena sala, em ponto de grande circulação de pessoas.

Há cerca de dois meses, ele se casou com a namorada e se mudou para uma casa perto de onde mora sua mãe Madalena, em Ribeirão das Neves (MG). “Estou tranquilo sobre minha inocência, mas não quero falar muito sobre o caso”, disse Coxinha ao G1.

Certo de que será inocentado, ele tenta reconstruir o cotidiano depois da exposição sofrida durante a investigação do desaparecimento e morte de Eliza Samudio. “Não quero falar enquanto estiver trabalhando. Não quero mais aparecer com isso”. A mesma tranquilidade é transmitida pelo advogado dele, Paulo Sávio Cunha Guimarães. “Não acredito que as condenações de Macarrão e Fernanda tragam algum reflexo para o julgamento de Wemerson. Acredito, sim, pelo que já foi julgado, que ele seja inocentado.”

Cunha disse que seu cliente deve ser julgado, junto com Elenílson depois de Bruno e os demais réus. “A situação dele e de Elenílson é bem diferente, distinta. Eles serão julgados por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio. Acredito que o júri, quando responder se eles cometeram crime irão responder de maneira negativa.”

A mãe de Coxinha, dona Madalena, disse que acompanhou o julgamento pela televisão, mas sem muita dedicação. “Eu vi o julgamento pela TV, meu filho também, mas não foi como se fosse novela. Víamos uma notícia aqui e outra ali. Ele não está preocupado com o julgamento dos outros e nem com o dele. Ele está trabalhando, se casou e está com a cabeça virada para isso. Ele está muito bem agora.”

O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse que a denúncia de Zezé, ex-policial que tinha relações com Macarrão e Bola, também fortalece a culpa de Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha. "Esses fatos não prejudicam extraordinariamente os acusados, mas os colocam como envolvidos nos crimes."

Sentença
O júri popular do caso Eliza Samudio condenou, na noite desta sexta-feira (23), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, os réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, pelo envolvimento na morte da ex-amante do jogador, em crime ocorrido em 2010. Conforme sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi considerado culpado pelos crimes de homicídio e sequestro e cárcere privado. Fernanda foi condenada por sequestro e cárcere privado.

Os jurados saíram do plenário em direção à sala secreta às 21h e voltaram depois de mais de duas horas. Durante esse período, eles responderam a quesitos preparados pela juíza Marixa, com a concordância de advogados e do promotor. Com respostas "sim" e "não", os jurados decidiram se os réus cometeram o crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. Em seguida, a juíza redigiu a sentença.

O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza, que era titular do Flamengo, é acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa e serão julgados em 2013.

O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).

Além dos três réus que tiveram o júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.
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