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Cachoeira tem sinais de melhora e já dorme à noite, afirma médico

G1

O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apresentou sinais de melhora e conseguiu dormir na noite de segunda-feira (26) para terça-feira (27), em Goiânia. A informação faz parte do boletim médico divulgado por volta das 11h desta terça pelo Instituto de Neurologia de Goiânia. Cachoeira foi internado na noite de domingo (25) com sintomas de diarreia, náuseas, insônia e estresse. Ele havia deixado o presídio da Papuda no Distrito Federal, quatro dias antes, depois de passar nove meses encarcerado.

De acordo com o boletim desta manhã, o quadro de diarreia e vômito foi solucionado, mas o paciente ainda apresenta síncope, perda súbita de consciência, e tonteira. O contraventor foi avaliado pelo médico neurologista Luiz Fernando Martins, que solicitou uma ressonância magnética de crânio e doppler de carótidas.

O médico hematologista Cesar Leite conversou com os jornalistas e afirmou que Cachoeira teve uma melhora significativa. “A avaliação neurológica dele não apresentou nenhuma alteração, mas apesar dessa melhora, ele ainda sente tonteira e hoje passará por mais exames. Por isso, a alta não será antecipada. Provavelmente, terá alta na sexta-feira (30) pela manhã”, avisa Leite. A data para a alta divulgada inicialmente era a quinta-feira (29). “Ele terá de fazer um teste de esteira, mas precisará estar mais forte para que não haja alteração no resultado”, comenta o especialista.

Cesar Leite confirmou a informação do boletim e afirmou que o paciente conseguiu dormir muito bem. “Ele está sendo medicado, os medicamentos estão fazendo bastante efeito de ontem para hoje e isso nos agrada muito”, comemora.

Visitas
As visitas a Carlinhos Cachoeira continuam sendo limitadas e restritas a pessoas da família. Andressa, os filhos e irmãos do contraventor têm se revezado. “Ele não recebeu visitas hoje, ainda, apenas uma irmã, que se chama Lana, está com ele”, conta.

A mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, foi vista deixando o Instituto de Neurologia de Goiânia, por volta das 20h30 de segunda-feira (veja vídeo acima). Segundo informações de funcionários do hospital que não quiseram se identificar, ela teria ido para casa descansar.

Andressa deixou a unidade levando uma bolsa vermelha, uma mala pequena de cor acobreada e uma sacola de papel de uma loja de roupas e acessórios de grife. Ela foi embora dirigindo o próprio carro.

Cachoeira está sendo atendido por um hematologista, um psiquiatra e por um cardiologista. “A situação orgânica, que são as náuseas e diarreia, nós conseguimos contornar. O que mais nos preocupa é a parte psiquiátrica. É uma situação comum em pessoas que ficam em regime prisional. Temos que observá-lo”, explicou Cesar Leite na segunda-feira.

De acordo com o médico, Cachoeira está bastante debilitado por causa dos 18 kg que perdeu no período em que esteve preso e deverá passar por uma bateria de exames nesta segunda. “Vamos realizar os exames que ele já deveria ter feito há cerca de quatro anos. Ele está muito fraco, emagreceu muito. O Cachoeira envelheceu 5 ou 6 anos em nove meses. Ele está passando por muita coisa, viu a mãe morta, está caindo a ficha dele”, argumenta o especialista.

Morte da mãe
Na última sexta-feira (23), Cachoeira visitou o túmulo da mãe em Anápolis, cidade a 55 quilômetros de Goiânia, e, de acordo com familiares, já estava debilitado. No dia, ele precisou tomar soro e fez exames de sangue. O bicheiro recebeu a visita de um médico na casa do pai e voltou para Goiânia no fim da tarde.

Muito emocionado no cemitério, ele chorou ao se despedir da matriarca da família. Maria José de Almeida morreu no dia 16 de abril, aos 79 anos, por falência múltipla dos órgãos, enquanto o filho estava no presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Acompanhado da mulher, Andressa Mendonça, três irmãos e uma criança, ele permaneceu cerca 10 minutos no local. Na sua cidade natal, Cachoeira passou um tempo com o pai, Sebastião de Almeida Ramos, conhecido com Tião Cachoeira, de 88 anos.

Cachoeira é alvo de uma segunda denúncia do MPF, relacionada às investigações da Operação Monte Carlo. A ação da PF resultou na prisão, no dia 29 de fevereiro deste ano, do homem apontado como o chefe de uma quadrilha que explorava jogos ilegais em Goiás e no Distrito Federal.

Após quase nove meses preso, o contraventor deixou o complexo penitenciário da Papuda, na madrugada da última quarta-feira (21). Condenado pela juíza da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência, por tentar fraudar o sistema de bilhetagem do transporte público de Brasília, ele foi solto porque tem o direito de recorrer da decisão em liberdade até o trânsito em julgado da ação (quando não há mais possibilidade de recurso).
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