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Gravação registra tentativa de socorrer menino após afogamento

G1

Uma gravação divulgada na edição deste domingo (2) do Fantástico mostra como foi a tentativa de socorrer o menino Bernardo Gonçalves, de 3 anos, que morreu afogado na piscina da escola onde estudava, em área nobre da Zona Sul de São Paulo, na segunda-feira (26). No pedido de socorro feito ao do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), uma funcionária do Centro Educacional Brandão pediu ajuda e afirmou que tentava reanimar o menino.

“A gente já tá fazendo respiração boca a boca, a gente tá fazendo massagem cardíaca, só que ele não tá voltando”, disse a funcionária. A atendente do Samu pedia que o procedimento continuasse sendo realizado. “Até que a ambulância possa assumir o controle”, orientou.

Em nota, a escola divulgou que o aluno foi imediatamente atendido por profissionais da escola, treinados e certificados como socorristas pela American Heart Association, e em seguida pela equipe do Samu. A escola também lamentou o fato de que os procedimentos não foram suficientes para salvar o menino.

O socorrista do Samu de São Paulo, Felipe Rampazzo, não soube precisar o tempo em que Bernardo ficou submerso. “O que a gente sabe é que para ter a parada cardiorrespiratória foi um afogamento grave", afirmou.

Pai
“Acabaram com a nossa família, e a gente não deseja que ninguém mais sofra isso”, afirma o pai de Bernardo, Aléssio Martins Gonçalves. Ele conta que na segunda-feira recebeu um telefonema da escola com a informação de que o filho tinha desmaiado e pedindo que comparecesse com urgência.

Bernardo fazia aula de natação duas vezes por semana e havia ido a aula normalmente naquele dia. De acordo com os depoimentos dado pelas testemunhas à polícia, o menino e outras dez crianças, com idades de 3 a 4 anos, todas de boia, estavam na piscina, com a professora Raquel Silva Campos.

Duas auxiliares do lado de fora da água observavam as crianças jogando bolinhas num cesto. Para a polícia, Raquel disse que, terminada a aula, verificou que “não tinha mais nenhum aluno dentro da água". Ela contou que começou a contar as bolinhas à beira da piscina. Uma das auxiliares, segundo o boletim de ocorrência, saiu para buscar outra criança na porta da escola. Na hora de levar os alunos para o vestiário, Raquel disse que viu Bernardo desacordado dentro da água e sem boia.

Para a mãe de Bernardo, Fernanda Giacomini Gonçalves, o menino pode ter se abaixado para pegar uma bolinha e caído na água neste momento.

A professora e a auxiliar, Franciene Almeida, vão responder a processo por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A polícia ainda apura a responsabilidade da escola. Em nota, o Centro Educacional Brandão disse que está dando todos os esclarecimentos para a polícia.

Para os pais de Bernardo, a direção do colégio também tem culpa, porque deveria ter mais profissionais acompanhando as crianças.

Mortes
No Brasil, por ano, em média 87 crianças morrem afogadas em piscinas, segundo a ONG Criança Segura. Não há leis nacionais que regulem o uso desses espaços. Há apenas leis estaduais e municipais.

Especialistas afirmam que a criança deve ter supervisão sempre que estiver dentro da água, porque boia não é sinônimo de segurança. Eles avisam que os pais devem fazer visitas de surpresa para saber como são ministradas as aulas de natação nas escolas ou academias e ainda saber se os profissionais têm qualificação.

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