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Frio é obstáculo para Corinthians no Mundial, diz especialista

R7

Mais do que a pressão da estreia no Mundial de Clubes, no Japão, o Corinthians enfrenta nesta quarta-feira (12), uma temperatura desfavorável para os jogadores acostumados ao clima tropical do Brasil. Nos últimos dias a média em Toyota, onde o Corinthians encara o egípcio Al Ahly, tem sido de 4 graus negativos.

Além da ambientação que vem sendo feita dias antes do jogo, na quarta-feira o time brasileiro precisa estar constantemente atento à manutenção da temperatura média do corpo (cerca de 36,5 graus), assim como a capacidade muscular, que podem apresentar problemas no frio, explica ortopedista Dr. Rogério Teixeira da Silva, especialista em medicina esportiva pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e coordenador do NEO (Núcleo de Estudos em Esportes e Ortopedia):

— Com o frio, nossa circulação sofre um processo de vasoconstrição, no qual as artérias e veias se contraem. Por isso, é importante tentar manter um aquecimento constante, com o corpo em atividade, para melhorar o metabolismo. A manutenção da atividade física é importante também para evitar a perda de potência muscular.

De acordo com o especialista, o frio prejudica também a respiração dos jogadores, com diminuição da função aeróbia. Em uma situação de frio extremo, o jogador pode até mesmo sofrer broncoespasmo, que ocorre quando o brônquio se fecha, causando dificuldade de respiração.

Acessórios


No jogo de quarta-feira é importante o uso de roupas leves, com tecnologia que dispense muito algodão no tecido, a fim de diminuir a transpiração. Além disso, os jogadores precisam estar sempre com mãos e pés protegidos do frio, com meias, chuteiras e luvas. Como o clima costuma ser bastante seco, a hidratação deve ser feita em maior quantidade e com maior frequência.

No intervalo da partida, a recomendação é os jogadores trocarem o uniforme inteiro, por conta da intensa transpiração, e ficarem pouco tempo descansando:

— É importante alongar um pouco depois da atividade física e fazer exercícios leves para manter a atividade muscular e a temperatura média do corpo.

O especialista lembra ainda que os jogadores devem se agasalhar bem antes de ir para o campo, deixando casacos de lado somente depois de estar bem aquecidos, o que pode levar o dobro do tempo habitual em terras tropicais.

Apesar do medo da neve na partida de quarta-feira, o ortopedista ressalta que os riscos de queimadura são baixos, já que a pele dos jogadores não ficará em contato constante com a neve. Há ainda o uso de protetores contra a neve, como pastas, mas que não se mostram necessários para o jogo.

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