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15 dias após implantar marca-passo, menino do DF comemora aniversário

G1

O presente de 11 anos do menino Lucas Bittencourt, comemorados neste domingo (16), não poderia ser mais especial. Duas semanas após a cirurgia para implante de um marca-passo, ele passou dez minutos respirando apenas com o equipamento. Desde que nasceu, a criança dependia de um aparelho de cerca de 150 kg para sobreviver.

O tempo que o menino passou respirando apenas com o auxílio do marca-passo é o dobro do que o médico esperava. “Ele ficou mais tempo porque respondeu bem ao treinamento. Acredito que entre quatro e seis meses ele terá mais liberdade [para sair de casa]”, disse o cirurgião responsável pelo implante do aparelho, Rodrigo Sardenberg.

Para a mãe de Lucas, Andrea Bittencourt, o filho nasceu de novo. “Conforme um bebê quando nasce e é separado para assumir sua vida, usando seu mecanismo fisiológico para respirar. Prova viva que valeu e vale a pena lutar, mesmo diante de opiniões contrárias.“ A mãe acredita que em um mês a família já poderá fazer os primeiros passeios. O menino tem mantido uma rotina semelhante à que tinha antes da cirurgia, além de seguir uma dieta especial.

O menino Lucas Bittencourt, de 10 anos, recebeu alta por volta das 11h20 da manhã desta terça (4). Segundo o médico Rodrigo Sardenberg, o garoto se recupera bem da cirurgia para implante de um marca-passo por causa de um problema respiratório.

A previsão é de que em seis meses Lucas consiga respirar por conta própria durante doze horas por dia. “O processo é mais lento porque ele nunca usou o diafragma, o músculo é fino e precisa ser fortalecido”, disse o médico.

Decisão judicial
A operação de Lucas ocorreu após sete meses de disputa judicial entre a família e o governo do Distrito Federal. O Tribunal de Justiça do DF determinou procedimento pela rede pública. Lucas não fala, não anda e respira com a ajuda de aparelhos desde que nasceu, por causa de uma insuficiência respiratória crônica.

Bittencourt disse que o implante do marca-passo provocará mudanças nos hábitos da família, pois a criança não dependerá mais do equipamento que fica instalado em casa. “Vamos levar o Lucas para ver o que ele acha da luz da cidade, como é a cidade à noite. Ele não sabe o que é isso”, afirmou.

A realização da cirurgia foi confirmada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal no último dia 5. Em outubro, decisão do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) determinou a imediata realização do procedimento pela rede pública. De acordo com a secretaria, o marca-passo foi adquirido por R$ 388 mil e a contratação da equipe médica de São Paulo, com traslado, teve custo de R$ 140 mil.

A pasta informou que ainda não foram definidos os valores da internação, do centro cirúrgico, da nutrição, dos exames e das ações de recuperação de Lucas no ICDF. “Nossa expectativa está grande, mas temos certeza de que vai dar tudo certo. A fase mais tumultuada já passou”, disse Caio Bittencourt.
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