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Notícias / Meio Ambiente

Camboja cria centro de reabilitação para pangolins resgatados do tráfico

G1

O Camboja inaugurou nesta sexta-feira (21) um novo centro de reabilitação que vai cuidar de pangolins resgatados em operações contra o tráfico de animais. A carne e escamas desses animais são frequentemente contrabandeadas para os chineses, que aplicam tais produtos na culinária e na fabricação de medicamentos artesanais.

Segundo um comunicado da organização não governamental Conservação Internacional, em conjunto com o Departamento de Florestas do Camboja, as instalações vão recuperar animais feridos e terão o objetivo de apoiar os esforços de conservação desta espécie.

Localizado dentro de um zoológico em Phnom Pehn, capital do país, o centro já cuida de seis exemplares que recebem tratamento contra lesões. Segundo Annete Olsson, assessora técnica do programa de conservação de espécies do Grande Mekong, principal rio do país, os pangolins são muitas vezes transportados de forma cruel por traficantes para que não ocorram flagrantes.
Exemplar de pangolim que passa por tratamento em centro construído no Camboja (Foto: Heng Sinith/AP)Exemplar de pangolim que passa por tratamento em centro construído no Camboja (Foto: Heng Sinith/AP)

“Às vezes são mantidos dentro de sacos plásticos, sem água ou comida, escondidos em espaços pequenos. Mas, como são caçados com armadilhas e cães, muitos pangolins confiscados têm lesões graves que necessitam de tratamento antes de voltarem à vida selvagem”, explica.

Pouco estudada e considerada uma espécie ícone, os pangolins são encontrados na Ásia e África. Eles são controladores naturais de pragas, engolindo formigas e cupins. Os chineses acreditam que o animal pode curar uma série de doenças e aumentar a potência sexual. Por conta disto, a população da espécie reduziu drasticamente. Atualmente há exemplares apenas em poucas regiões da Indonésia, Filipinas, além de partes da Malásia e Índia.

O comércio desta espécie foi proibido em 2002, por meio da Convenção Internacional sobre espécies ameaçadas. Apesar da legislação, o crime continua sendo cometido por caçadores rurais, incluindo trabalhadores de plantações da Indonésia.

Um pangolim inteiro poderia ser comprado na Indonésia por US$. Entretanto, dependendo do tamanho do animal, o preço poderia subir para US$ 275. Já as escamas eram arrematadas por até US$ 750 o quilo na China.
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