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Citroën DS3 traz novo estilo ao segmento de compactos nervosinhos

Auto Esporte

Há quem goste de “cultivar” um objeto pelo resto da vida, tornando-o um xodó eterno e sem preço de venda. Como aquela antiga geladeira da vovó, muitos carros entram nesta categoria de “queridinho” ou pela importância tecnológica que tiveram ou pelo design. O Citroën DS3 reúne os dois elementos, o que o torna um grande candidato para despertar o sentimento de o “2 CV do futuro”. E com a opção de ter uma leitura “fashion” da antiga cor amarela de geladeiras de vovós no painel do seu carro.

O design não tem nada de retrô, como tem o Mini Cooper S e o Fiat 500. Pelo contrário, ele traz linhas arrojadas, que chamam atenção de longe. Perto do modelo da Citroën, o Audi A1 (outro concorrente) passaria despercebido se não fossem as argolinhas sobrepostas à grade. Questão de gosto, mas a Citroën caprichou bastante na sua gama premium. Porém, o “coisinha linda da mamãe francesa” tem um apelo ainda mais importante para a marca do que a perfumaria. É a evolução mecânica.

O modelo vem equipado com o motor 1.6 THP de 165 cavalos e 24,5 kgfm de torque, resultado de um trabalho conjunto da PSA Peugeot Citroën com a alemã BMW. No Brasil, esse propulsor também equipa os modelos Peugeot 3008, 408 e RCZ, a gama Mini e o novo BMW Série 1. Um ronco que dá certa similaridade aos modelos.

Uma semana
O G1 avaliou o carro por uma semana para entender o que o DS3 oferece no dia a dia. Para um bibelô compacto que sai por, no mínimo R$ 79.990, ele chama bastante atenção e rende de olhares analíticos sobre a carroceria a buzinadinhas pretenciosas. Mas tem como chamar mais atenção ainda. É só desembolsar.

As rodas brancas, por exemplo, custam R$ 3,6 mil. É possível incrementar o carro com oito opções de cores da carroceria, adesivos de teto, faixas, além de cores diferenciadas para a calota central das rodas, faixas no painel e manopla do câmbio. A chave do carro, inclusive, reproduz a cor da carroceria. Mesmo agregando os opcionais, o modelo ainda tem vantagem de preço sobre seus concorrentes.

Para o motorista, a ergonomia do carro permite uma condução confortável e corresponde à dinâmica esportiva do motor. Ideal para quem não gosta da pegada de kart dos modelos da Mini. Por outro lado, tem menos graça para aqueles que vibraram ao dirigir o modelo da concorrente. O DS3 é mais parecido com o Audi A1 na condução, mas tem volante e câmbio mecânico que não ficam atrás dos concorrentes.

Esportivo, o volante é o mesmo do C3 Picasso, mas com a vantagem de agora estar em um carro com pegada esportiva. Sua precisão entrega confiança ao motorista nas manobras mais ousadas, o que dá muito conforto na estrada. O câmbio também surpreendeu, por diferir de tudo o que a Citroën costuma oferecer. Ele tem engates firmes, mas precisos, o que reforça o controle do condutor sobre o carro.

Estabilidade e visibilidade são outras características positivas do DS3, mas isso não poderia ser diferente, tendo em vista que o modelo enfrenta concorrentes bem agressivos nos dois quesitos. O hatch oferece ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e auxílio à frenagem de urgência (AFU), controle de estabilidade (ESP) e seis airbags (frontais, de tórax e de cortina).

Equipamentos que fazem a diferença
Outro ponto a favor é o espaço interno maior para motorista e passageiro do banco da frente. Nisso ele ganha disparado dos rivais. E, embora não tenha tanto espaço no banco traseiro, ele ainda está em vantagem sobre o Audi A1 e Mini Cooper (considerando que é um carro compacto). Além disso, tem o porta-malas maior (veja a ficha de concorrentes).

O DS3 traz como equipamentos ar-condicionado digital, computador de bordo, para-brisa laminado acústico, direção com assistência elétrica, rádio CD Player MP3 com comandos satélite na coluna de direção, entrada USB e seis alto-falantes; faróis com acendimento automático, sensor de chuva e piloto automático.

Além deles, ele vem com umas “frescurinhas” que, no fim, fazem a diferença para quem o compra, são elas: perfumador de painel, porta-luvas refrigerado, iluminação interna dianteira para o pés e no console e luz de acompanhamento externa após travamento das portas.

Conclusão
O DS3 abdica um pouco da diversão que o Mini Cooper oferece para trazer design e espaço interno, sem abrir mão dos elementos característicos dos desenhos da Citroën. Ele é a opção com preço mais competitivo e a mais chamativa atualmente neste segmento, já que os desenhos de seus concorrentes não são mais novidades, visto o tempo que estão no mercado brasileiro.

Porém, é um carro para ficar com o dono por pouco tempo ou, como já foi dito, ser guardado por anos como um modelo colecionável. Porque ter um carro com tanto apelo visual cansa. A não ser que as escolhas de cores sejam mais sóbrias, mas aí não tem a mesma graça.

Se a ideia é ter um veículo de desempenho acima do usual, sem abrir mão do luxo, mas que ao mesmo tempo seja funcional, o jogo muda. Neste caso, compras mais racionais são as mais indicadas, o que abrange concorrentes maiores e pouco mais caros, como o BMW Série 1 e o Audi A3.

Agora, se bater aquela vontade de ter um carro diferente, o DS3 conquista pelo preço, que está em uma faixa que garante exclusividade (ao contrário do Fiat 500), sem tanta exorbitância.
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