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Notícias / Ciência & Saúde

Índios bororos deixam alcoolismo e projeto vira referência internacional

Da Redação C/ Asssessoria

A vitória de 34 índios bororos de Mato Grosso sobre a dependência do álcool, está recebendo projeção internacional esta semana. O caso de sucesso está sendo apresentado no “Congresso Internacional de Medicinas Tradicionais, Interculturalidade e Saúde Mental", que se realiza até amanhã, na cidade peruana de Tarapoto.

O Projeto Alcoólico Indígena (PAI), promovido pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Cuiabá - da Coordenação Regional de Mato Grosso (Core/MT), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - tem como objetivo combater o aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre os bororos, além de resgatar a independência do vício. O álcool tem se tornado cada vez mais comum entre os índios e, há anos, esta é uma realidade que preocupa as lideranças indígenas.

Os trabalhos de prevenção e combate ao alcoolismo são desenvolvidos há quatro anos, nas aldeias. Dois técnicos que atuam diretamente no projeto, Edmilson Canale e Danielle Spagnol.De acordo com Danielle, o projeto não só resgatou os bororos do vício, mas agora esses 34 índios atuam como multiplicadores. Unidos pela filosofia do resgate cultural de não ingerir bebidas alcoólicas do não-índio, eles constituem uma equipe de ajuda, a fim de promover terapias em grupo.

O projeto inclui terapias ocupacionais, implementadas em consonância com as ideias discutidas pelos grupos e apresentadas à coordenação, como a confecção de artesanatos, plantação de banana, feijão, milho e mandioca para produção de farinha. O grupo decidiu, também, elaborar uma cartilha de orientação, com ilustrações feitas pelos próprios índios.Ainda conforme  Danielle Spagnol, foi realizado um concurso de caricaturas, onde foram escolhidos os melhores desenhos para compor o conteúdo de informações da cartilha.


O Dsei Cuiabá promove, ainda, um levantamento do consumo de outras substâncias psicoativas, que servirá para identificar a existência de outros casos de dependências químicas. Com isso, Mato Grosso deve ampliar o combate ao alcoolismo.
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