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Estudo liga proteína produtora de leite materno ao câncer de mama

ISaúde.Net

 Cientistas australianos descobriram que uma proteína que desencadeia a produção de leite em mulheres também pode ser responsável pela agressividade do câncer de mama.

A pesquisa pode abrir novas oportunidades para o tratamento da forma mais comum e letal de câncer entre as mulheres.

Encontrada em todas as células de mama, a proteína ELF5 tenta ativar a produção de leite, mesmo em células de câncer de mama, o que não funciona e, em seguida, torna o câncer mais agressivo.

"A descoberta abre novos caminhos para o tratamento e para a concepção de novos marcadores que podem predizer a resposta à terapia", afirma o autor Chris Ormandy, do Garvan Institute of Medical Research.

Em 2008, Ormandy e seus colegas relacionaram ELF5 à produção de leite materno.

Agora, os pesquisadores deram mais um passo para encontrar a ligação entre ELF5 e o câncer de mama.

Ormandy e seus colegas cultivaram tecidos de câncer de mama humano, geneticamente manipulados para conter quantidades elevadas de ELF5, em placas de petri e viram como a proteína proliferou de forma agressiva.

Segundo os pesquisadores, as descobertas podem ajudar a melhorar as terapias. Para decidir sobre o tratamento, os médicos normalmente precisam descobrir se o câncer tem receptores para os hormônios estrogênio e progesterona, que, no caso de pacientes com câncer de mama, promovem o crescimento dos tumores.

Dois terços dos cânceres de mama são geralmente positivos para receptores de estrogênios, que, em seguida, requerem terapias anti-hormonais que reduzem os níveis de estrogênio do paciente.

Para o um terço dos pacientes, os cânceres não possuem receptores, o que significa que eles não vão se beneficiar de terapias hormonais. Esses pacientes normalmente recebem outros tratamentos, como a quimioterapia.

Ormandy e seus colegas verificaram que os cânceres com estes receptores apresentaram níveis baixos de ELF5, enquanto aqueles sem receptores tinham níveis significativamente mais elevados de proteína. "O que nós mostramos neste artigo é que tumores com altos níveis de ELF5 são dependentes da proteína para sua proliferação e se bloquearmos ELF5 nesses tumores, vamos bloquear a proliferação e matar as células cancerosas", afirma o pesquisador.

A equipe ressalta que se for possível desenvolver uma droga que atinja ELF5, ela vai ser muito útil para determinados grupos de mulheres.
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