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Irmã de jovem de Campinas morto a facadas considera versão 'absurda'

G1

"Absurda. Acaba sendo até uma falta de respeito com a gente", diz Valéria Sampaio, irmã do universitário de Campinas (SP) morto a facadas após uma discussão em um restaurante no Guarujá (SP), sobre a versão relatada na quarta-feira (2) pelos dois suspeitos do crime. Em depoimento, eles confessaram ter matado o estudante Mário dos Santos Sampaio, de 22 anos, e alegaram ter agido em legítima defesa.

O dono do restaurante afirmou que "só queria furar um pouquinho" o universitário, para que ele soltasse o filho dele, gerente do estabelecimento. A irmã de Sampaio acha a versão descabida. "Se você quer só machucar alguém, você não pega uma faca grande de açogueiro. Acertar qual osso nas costas? Três vezes ainda? É absurdo", diz Valéria.

Os dois suspeitos entregaram a faca utilizada no crime e prestaram depoimento na delegacia do Guarujá (SP) sobre o caso. Em seguida, eles foram liberados pela polícia. "A gente acredita que eles tinham que ficar presos, mas infelizmente a lei tem suas lacunas. Mas a gente confia no trabalho da polícia", afirma a irmã do universitário.

Segundo Valéria, a expectativa da família é que as testemunhas do crime prestem depoimento e possam ajudar a esclarecer o caso. "A gente espera que as pessoas possam dar o testemunho verdadeiro, prestar depoimento anônimos ou entrar em contato com a gente", diz.

Passeata
A família e os amigos do estudante universitário Mario dos Santos Sampaio organizam uma passeata marca para as 15h deste domingo (6) na Praça Arautos da Paz, no bairro Taquaral, para pedir justiça pela morte do jovem. O evento criado em uma rede sociais já conta com pelo menos 700 confirmações de presença.

"A gente não pode ficar parado. Está tudo certo? Não, não está. A dor não vai passar, mas não podemos ficar parados. A gente quer justiça e isso não pode se repetir com outras pessoas", afirma Valéria, irmã do estudante. Além da passeata, com cartazes e panfletos, a família aguarda a liberação do solo da praça para a celebração de uma missa em memória ao universitário. "É muito doloroso. Ao mesmo tempo que você quer ficar em casa, quieta e orando, você tem a obrigação de lutar por ele, pela justiça por ele", diz a irmã.

O caso
O crime aconteceu na noite da última segunda-feira (31). O grupo de estudantes de Campinas escolheu o restaurante para jantar. Na hora de pagar a conta, uma diferença de R$ 7 provocou a discussão entre os jovens e os comerciantes. De acordo com a polícia, ao ver a briga, o dono do restaurante foi até a cozinha pegar uma faca e golpeou o turista com três facadas nas costas.
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