Imprimir

Notícias / Política BR

TSE apura supostas irregularidades em uso de horas extras no tribunal

EGO

A assessoria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou nesta segunda-feira (14) que a direção da corte investiga supostas irregularidades no uso de horas extras por servidores. Segundo o TSE, apesar de o pagamento do benefício ser permitido no período eleitoral, há suspeitas de que funcionários tenham extrapolado a carga horária indevidamente para receber o valor adicional.

Reportagem publicada na edição desta segunda do jornal "O Estado de S. Paulo" revela que o TSE teria desembolsado R$ 9,5 milhões entre setembro e novembro para quitar as horas extras dos servidores. Segundo o jornal, somente em novembro o tribunal gastou R$ 3,8 milhões para o pagamento dos 567 funcionários que alegam ter dado expediente fora de hora.

De acordo com o jornal, os valores adicionais fizeram com que alguns servidores recebessem, no final de novembro, contracheques maiores até do que os dos próprios ministros. Conforme dados da reportagem, em novembro, 161 servidores do TSE receberam entre R$ 26.778,81 a R$ 64.036,74.

Segundo a assessoria do TSE, a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, determinou que todos os casos de pagamentos suspeitos sejam encaminhados para o seu gabinete. A magistrada, conforme seus assessores, está analisando pontualmente os indícios de irregularidades, mas ainda não ordenou a abertura de sindicâncias.

Até o momento, informou o tribunal, dois assessores próximos à chefe da Justiça Eleitoral já foram exonerados de seus cargos por, supostamente, terem exagerado no uso dos adicionais. Também houve um caso em que, por ordem do TSE, um funcionário devolveu parte do recurso recebido a título de hora extra.

Por meio de sua assessoria, a direção do tribunal disse que que todos os pagamentos foram feitos dentro da legalidade. No entanto, segundo a cúpula do TSE, há suspeitas de que ocorreram “exageros”.

Na avaliação da corte, muitos funcionários poderiam ter “racionalizado” melhor a carga horária. Há registro de pessoas que chegaram ao tribunal às 7h e saíram somente à meia-noite, disse a assessoria, iInclusive funcionários com cargos elevados, nos quais o valor da hora extra é maior.

De acordo com "O Estado de S. Paulo", há relatos de serviodores que iam ao tribunal no fim de semana, de bermuda e camiseta, só para registrar o ponto da hora extra. Segundo a reportagem, eles voltavam no fim do dia apenas para nova marcação, já que, no TSE, o registro de ponto é feito por meio do método biométrico, com a digital do funcionário.
Imprimir